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A Assembleia Legislativa do Pará aprovou, à unanimidade, projeto de lei denominando a Escola de Ensino Técnico do Pará de Santarém Francisco Coimbra Lobato, em homenagem ao saudoso empresário santareno que fundou e manteve por muitos anos com recursos próprios em Belém a Associação Assistencial ao Estudante Universitário do Médio Amazonas (Asseuma). A extrema generosidade do industrial e comerciante, carinhosamente apelidado Chico Coimbra, foi decisiva na formação profissional de mais de setecentos jovens que saíram de Santarém para cursar o ensino superior na capital do estado. A proposição foi de autoria do deputado José Maria Tapajós.

O nome cai como uma luva na EETPA, que desde 2017 vem ofertando educação profissional e tecnológica, qualificando jovens para o mercado de trabalho. 

Francisco Coimbra Lobato nasceu no município de Porto de Moz(PA), em 17 de junho de 1936 e faleceu em 28 de agosto de 2016, em Santarém, terra que adotou por amor. Foi casado por mais de 60 anos com Elinôr Carmen de Oliveira Lobato, e dessa união feliz nasceram seis filhos: Franceli Maria, Zuila Nazaré, Carmen Elinôr, João Francisco, Rosana Cristina e Antônio Anselmo. Completou o ginásio no Colégio Dom Amando e se formou Técnico em Contabilidade na Escola Fênix Caixeral Paraense, em Belém, nos idos de 1955.

Órfão, Chico Coimbra começou a trabalhar muito cedo e foi assistido pelos tios e avô, com a responsabilidade de ajudar a mãe e aos irmãos. Fez carreira na empresa Coimbra e Filhos (do avô e tios), depois na sucessora Coimbra e Irmãos (dos tios), até se tornar sócio deles no final dos anos 1960, quando instituiu e liderou o Grupo Coimbra Lobato.

Respeitado e admirado por todos, desde os muito pobres até os endinheirados, Chico Coimbra era um cidadão que participava intensamente na criação de políticas públicas, mas nunca aceitou os convites para enveredar na política. Preocupado com o futuro da cidade, prestava apoio efetivo ao esporte e às causas sociais e era unanimidade entre contrários, um mensageiro da paz e do entendimento, sempre com boa-fé e boa-vontade, pregando a conciliação e a convergência, virtudes tão necessárias quanto escassas nos dias de hoje.

Sua visão empreendedora e de desenvolvimento ia longe – via que era preciso formar quadros profissionais novos, qualificados tecnicamente para a cidade e dela oriundos, sem descuidar dos aspectos morais e éticos. Isso o levou a organizar e apoiar estruturas capazes de permitir que muitos santarenos chegassem à universidade, tão difícil àquela época, que teve como o coroamento desse esforço e empenho a criação da Asseuma. Os frutos dessa inciativa não demoraram a aparecer e hoje estão disseminados na região.

Visionário, Chico Coimbra sabia também que era preciso gerar empregos para a circulação de renda, daí sua decisão de investir no setor industrial e instalar pioneiramente em Santarém uma beneficiadora de borracha natural e látex, depois verticalizando essa atividade industrial, uma fábrica de artefatos de látex, atividade altamente concentrada e monopolizada no Sul do país.

No dia a dia de sua organização empresarial não era menor sua preocupação com o ambiente de trabalho, a remuneração, a habitação e a segurança de seus colaboradores. Desenvolvia grande esforço para ampliar o leque de benefícios diretos aos empregados, ainda que não fossem obrigações legais: financiamento de residências, subsídio ao transporte, cooperativa de abastecimento, clube de lazer, creche, associação de funcionários e as memoráveis festas anuais, mormente a de Natal. As atividades de responsabilidade e investimento social da empresa eram colideradas por sua esposa Elinôr, incluindo a gestão de amplo projeto de assistência social com mais de vinte creches-casulo em locais de grande vulnerabilidade do município. A isso tudo ele chamava de lucro social, o que o deixava muito feliz.

Em certa época, em atividades que iam desde concessionária de veículos e produção agrícola, até atividades industriais na área da borracha, liderava um contingente de mais de oitocentos funcionários, desde Rio Branco, no Acre; Porto Velho em Rondônia; Moju, Santarém e Belém, no Pará; chegando à capital paulistana e Penápolis no estado de São Paulo.

Desfrutando de amplo leque de amizades que ia desde os poderosos da República até seus mais humildes colaboradores, dava a todos a mesma atenção e carinho, irradiada pelo seu sempre presente bom humor e alegria contagiante. Era um grande anfitrião e incentivador da cultura santarena, em especial, a música: organizou memoráveis encontros festivos e inesquecíveis e animadas serenatas.

Todos os que tiveram o privilégio de com ele conviver dão testemunho de sua nobreza de caráter, educação, amabilidade, bondade e altruísmo. Santarém deve muito a Chico Coimbra e ele e sua família merecem o devido reconhecimento.

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