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Madalena Aliverti, Márcia Aliverti, Eriko Nery e Adriana Azulay
Artista erudito no Brasil sofre, ainda mais se for amazônida. A cantora lírica Madalena Jorge Aliverti não foge à regra. Além de cantar, é produtora, diretora, assistente técnica e divulgadora dos seus recitais. Gravou, em duo com a pianista Adriana Azulay, o CD “Ave Maria Paraense” em 2012, histórico porque fruto de longa pesquisa sobre os compositores paraenses que escreveram Ave Marias. Achou peças raras, datadas de 1883. Na quinta-feira passada, o duo Aliverti-Azulay fez belo recital em homenagem ao maestro Waldemar Henrique na Igreja de Santo Alexandre, em Belém, intitulado “Maestro Waldemar Henrique – 20 anos de saudade”. No repertório, as canções “Tamba-Tajá”, “Rolinha”, “Senhora Dona Sancha” e “Minha Terra”, escrita em 1923 pelo maestro – que se estivesse vivo completaria 110 anos –, além de outras músicas do compositor parauara. O tenor Eriko Nery e a soprano Márcia Aliverti fizeram participação especial. 

O Icamiaba’s Duo – assim batizado por Madalena Jorge Aliverti e Adriana Azulay em referência às bravas e valentes índias guerreiras da Amazônia, que habitavam em torno de 400 a 600 anos atrás, próximo às cabeceiras do rio Jamundá, conhecidas como Icamiabas – desde 2010 vem se apresentando em Belém e em outras capitais do Brasil, sempre fazendo pesquisa musical, em busca de material inédito

Compositor e pianista, Waldemar Henrique nasceu em Belém do Pará em 15.02.1905 e faleceu em 28.3.1995, também em Belém, legando mais de 120 músicas, de inspiração folclórica, principalmente amazônica, mas também indígena, nordestina e afro-brasileira. No Rio de Janeiro, trabalhou em rádios, teatros e cassinos, além de realizar excursões por todo o Brasil, Argentina, Uruguai, França, Espanha e Portugal. No Rio, dedicou-se ao magistério e produziu programas para diversas emissoras, como a Rádio Roquette Pinto, onde foi diretor da seção de música orquestral. Em 1956 gravou o primeiro LP, com interpretação vocal de Jorge Fernandes. Em 1958, sua música-tema para Morte e vida Severina, poema dramático de João Cabral de Meio Neto, obteve o prêmio Jornal do Comércio, como o melhor do ano. Dirigiu por mais de dez anos o Theatro da Paz. Eleito em 1981 para a Academia Brasileira de Música, em 1985, ao completar 80 anos, foi homenageado em desfile de escola de samba, em Belém. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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