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Esta me foi contada pelo meu irmão, Francisco Florenzano, que é vereador em Oriximiná. Parece saída do universo fantástico das novelas de Dias Gomes, autor de “O Bem Amado” e “Roque Santeiro“. Mas é a pura realidade. No sábado de manhã, um homem foi atropelado no centro da cidade e o carro esmagou sua cabeça, ficando irreconhecível.  O acidente chamou a atenção de muitos populares, que se aglomeraram em volta da vítima, que não portava documentos, o que é muito comum no interior. Lá pelas tantas, alguém achou que se tratava de José Teodoro, conhecido juquireiro (trabalhador braçal que limpa o campo na fazenda). Levaram o corpo à sua família, e uma parente disse que, de fato, era ele. Os familiares choraram muito, e fizeram um velório que durou o resto do sábado e o domingo. Ontem à tardinha, quando todos se preparavam para sair em cortejo para o sepultamento, eis que José Teodósio telefonou para casa, jurando que está vivo. As pessoas insistiram que não, estava mortinho da silva. Aí José Teodósio, agoniado, pediu que esperassem a sua chegada, pois estava indo de táxi provar que é um ser vivente. E chegou, triunfalmente, bem na hora do enterro, provando a todos que não se tratava de um trote. Agora, a família entregou o cadáver à prefeitura a fim de que identifiquem o falecido, que, caso isto não seja possível, será sepultado como indigente. Seria cômico se não fosse trágico. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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