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O jovem procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal que atua na Operação Lava Jato, disse hoje aquilo que brada no peito de milhões de brasileiros: “A corrupção é uma assassina sorrateira, invisível e de massa. É um serial killer que se disfarça de buracos em estradas, em falta de medicamentos, em crimes de rua e de pobreza. A corrupção desvia anualmente R$ 200 bilhões dos cofres públicos. Isso poderia triplicar os atuais investimentos em saúde ou em educação”.  

Um dos idealizadores da campanha anticorrupção, ele discursou na tribuna da Câmara Federal e foi aplaudido de pé, ao defender a aprovação do projeto de lei de iniciativa popular que contém as dez medidas contra a corrupção, com três focos centrais. “O primeiro é criar punição adequada, em termos de pena, fechando as atuais brechas na lei; o segundo foco é prever instrumentos para recuperar recursos desviados; e, por fim, o terceiro foco é criar uma conscientização dos danos que a corrupção causa e desestimulá-la por [meio de] uma mudança cultural”, explicou Dallagnol. 

Pela proposta, o funcionário público que tiver evolução patrimonial incompatível com a renda será punido, se condenado, com prisão de 3 a 8 anos. A pena será dobrada se os bens estiverem em nome de terceiros. Atualmente, o enriquecimento ilícito é punido pela Lei de Improbidade (8.429/92), que não prevê prisão.  Outra alteração que o projeto propôs cria a figura do “confisco alargado”, pelo qual o condenado por enriquecimento ilícito fica obrigado a devolver aos cofres públicos bens e valores cuja origem lícita não puder ser comprovada. 

Para garantir a transparência o projeto cria, por exemplo, a obrigatoriedade de divulgação anual de estatísticas de tramitação e julgamento de casos de improbidade. Também estão previstas campanhas para conscientizar a população sobre os males da corrupção e ensinar aos cidadãos como denunciar. Afinal, há pessoas que querem denunciar, mas temem pela divulgação de seu nome.

Os brasileiros não devem ser obrigados a deixar o País em busca de cidadania. Os corruptos é que precisam ser arrancados, que nem os carrapatos. Queremos um outro Brasil.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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