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O doutorando em Biodiversidade e Evolução no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi, Kauê Nicolas Lindoso Dias, descobriu durante seu Mestrado nova espécie do gênero Pariana no Arquipélago do Marajó (PA), onde o MPEG instalou e mantém a Estação Científica Ferreira Penna. Batizada de Pariana Caxiuanensis, em homenagem à Floresta Nacional de Caxiuanã, situada nos municípios marajoaras de Portel e Melgaço, local da descoberta, trata-se de um Bambu, que se diferencia por ter colmos (caule) floríferos dimórficos, ou seja, estruturas diferentes entre si. Alguns colmos têm inflorescências e folhas, outros apenas inflorescência. Nos caules vegetativos as folhas são concentradas no seu ápice. Durante seu Mestrado, com a área de concentração em Botânica Tropical, Kauê também catalogou 39 espécies da família Poaceae, as populares gramíneas. O pesquisador e coordenador de Botânica do Museu Goeldi, Pedro Lage Viana, é seu orientador tanto no mestrado quanto no doutorado. A descoberta foi publicada na revista Phytotaxa por Kauê Dias, em parceria com Fabrício Moreira Ferreira, bolsista de pós-doutorado na Universidade Federal de Uberlândia, e Pedro Viana.

Ao contar sobre a emoção de sua contribuição para a ciência, Kauê Dias  revelou que quando coletou a espécie não tinha ideia de sua importância. Seu co-orientador, Fabrício Ferreira, em visita ao Museu Goeldi, olhou a planta e disse que era nova. “Ela possui um enorme potencial ornamental. É uma planta de pequeno porte. Por ser uma planta de sombra, é fácil de ser cultivada dentro de casa.”, esclarece.

Localizada no estado do Pará, no Arquipélago do Marajó, entre Portel e Melgaço, a Floresta Nacional de Caxiuanã é uma unidade de conservação federal, criada em 1961, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Estação Cientifica Ferreira Penna é a base de pesquisa do Museu Goeldi na Flona de Caxiuanã, que oferece aos pesquisadores infraestrutura de laboratórios e alojamentos para realização de projetos diversos de biosociodiversidade. A população tradicional que habita dentro e no entorno da Flona pratica o agroextrativismo, com a produção da farinha de mandioca, castanha-do-Pará e do açaí como principais produtos.

Os bambus asiáticos são os mais altos e famosos, no imaginário popular associados à alimentação dos ursos pandas. Os sul-americanos são comumente de porte pequeno, podendo aparecer em forma de cipó ou até mesmo ervas com até 5 centímetros de altura. “Há, ainda, algumas espécies de porte grande, as tabocas, estas com imenso potencial de uso na construção civil, artesanato, bioconstrução. Existem muitas técnicas já difundidas mundialmente com o uso de bambu para construção de sistemas de permacultura e também de casas tradicionais, isto porque o bambu é capaz de crescer muito rápido e de produzir muita matéria orgânica. Deles dá para tirar celulose para fazer papel, por exemplo. Existe, ainda, o potencial ornamental dos bambus pequenos, que são fáceis de cultivar, gostam de sombra. São muitas potencialidades que não são exploradas. Agora, estão começando a aparecer iniciativas tecnológicas para utilização de bambus, principalmente no Acre, que possui formações gigantescas de bambu em seu território”, explica o pesquisador Pedro Viana.

Uruá-Tapera

Alepa em parceria com o IHGP-PA

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