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Hoje, meu eterno cunhado-irmão Marco Antonio Mollinetti completaria 48 anos, se há um mês sua vida não tivesse sido ceifada. Em sua memória, convido parentes, amigos e os leitores para, juntos, orarmos por ele na missa de hoje às 17 horas, na capela de Santo Antonio de Lisboa, na praça Batista Campos.

Peço a todos também que, do modo que puderem, ajudem a esclarecer as circunstâncias em que ele morreu, a fim de que seja feita Justiça. Disseram que se suicidou. Não creio. Ele sofria de depressão, mas estava medicado e sob acompanhamento de psiquiatra e psicóloga. Tinha renovado três dias antes o visto de seu passaporte para passar as férias com minha irmã e o filho deles nos EUA. Estava feliz e animado.

Marco morreu em plena missão oficial que abraçou, o combate ao trabalho escravo, dentro de sua carreira de auditor fiscal do Ministério do Trabalho. O próprio delegado de polícia de São Mateus (ES), onde ele foi encontrado morto, oficiou ao juiz local informando haver indícios de homicídio. Os documentos sigilosos da operação de que participava e seus dois telefones celulares (pessoal e institucional) desapareceram de dentro do carro oficial da DRT/ES – mas um par de tênis seus que estavam ao lado foram ignorados pelo ladrão.

Até hoje não consegui ter acesso à perícia feita no local e no corpo.

Minha querida amiga jornalista Rita Soares se empenhou junto ao senador José Nery, vice-presidente da Subcomissão de Combate ao Trabalho Escravo do Senado, e ele oficiou no dia 06 de abril ao secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, solicitando informações acerca da abertura do devido inquérito e do resultado das investigações. Sequer recebeu resposta até esta data.

Apelei ao juiz José de Alencar que, de imediato, acionou a Associação dos Magistrados Trabalhistas da 8ª Região (Pará e Amapá) – Amatra VIII -, um dos esteios do movimento pela erradicação do trabalho escravo e em prol da aplicação da Justiça, que, instantaneamente, através de seu vice-presidente legislativo, juiz Jônatas Andrade, se prontificou a atuar no caso e mobilizar a Amatra XVII e a Anamatra.

Assim como Marco, muitos de seus colegas que, com seriedade, retidão e amor à causa, cumprem sua nobre e perigosa missão, estão sob o perigo de tombar perante o crime organizado. Não podemos permitir que isto aconteça.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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