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Vanete Oliveira, 28 anos, mãe de cinco filhos, vive em Portel, município do arquipélago do Marajó(PA). Ela sofre há catorze anos dores atrozes além do desconforto, trauma e todo tipo de dor física e psicológica, por conta de um tumor enorme em um dos olhos, que cresceu a ponto de lhe cobrir quase a metade do rosto. Durante todos esses anos ela nem saía de casa, com vergonha de sua aparência e sem saber que poderia fazer tratamento. O caso veio a público ontem, quando o vereador Ney Mendonça, de Portel, fez um vídeo pedindo ajuda e o divulgou nas redes sociais. Parece impossível que em catorze anos ninguém tenha ajudado essa pobre mulher.  Os filhos dela ainda são pequenos: uma bebê de seis meses, um garotinho de 3 anos, uma menina de 7 anos, um menino de 9 anos e uma menina de 11 anos. Todos estão em situação de grande vulnerabilidade, desnutridos e extremamente carentes de tudo. Vivem em condições abaixo da linha da pobreza. A mãe recebe o bolsa família e o pai trabalha na roça fazendo farinha. Essa família precisa urgentemente ser amparada pela prefeitura de Portel, pelo Ministério Público do Pará, pela Defensoria Pública do Estado e pela sociedade.

Depois de tantos anos de espera, a paciente conseguiu uma consulta com especialista do Hospital Universitário Bettina Ferro, mas além de ter sido informada de que que o tomógrafo de lá está com uma peça quebrada e sem previsão de voltar a funcionar, foi mandada de volta para casa com a recomendação de procurar o Hospital Ophir Loyola.

Desde ontem, ao tomar conhecimento do caso, as religiosas fundadoras e dirigentes da Fraternidade Católica Ágape da Cruz, Irmãs Raimunda Rodrigues e Maria Josefa Iglesias Fernandez, além da editora do Uruá-Tapera, mobilizaram a prefeitura e médicos que se dispuseram a ajudar. Hoje a paciente fez consulta em Telemedicina com um neurocirurgião oftalmologista de São Paulo, e amanhã virá a Belém para ser atendida no Hospital Ophir Loyola. Mas é grande a apreensão, já que a Secretaria Municipal de Saúde de Portel não lhe providenciou ainda o Tratamento Fora de Domicílio, apenas as passagens de barco, uma viagem com vinte horas de duração.

O vereador Ney Mendonça, que há anos desenvolve um projeto com crianças e adolescentes oferecendo esporte para que não se envolvam com drogas e outros crimes, acompanhará a paciente e sua acompanhante, porque são pessoas muito simples e semi alfabetizadas. As irmãs da Fraternidade Ágape da Cruz, que mantêm o abrigo para crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual em Portel, e a Prelazia do Marajó estão atentas e intermediando junto a pessoas que possam ajudar.

Enquanto isso, essa família paupérrima precisa de alimentação e cuidados com as crianças. Eles precisam de tudo. Quem puder fazer doações de alimentos, roupas, calçados, material de higiene pessoal e de casa, utensílios domésticos, material escolar e brinquedos, além de roupas de cama, mesa e banho, pode fazer contato com o Portal Uruá-Tapera, pelos e-mails uruatapera@uruatapera.com ou franssi@uruatapera.com.

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1 Comentário

  1. Impossível não se comover com um caso desse. 14 anos de sofrimento físico e psicológico. Se passaram 03 mandatos e meio de poderes estadual e municipal, ela procurou ajuda e as secretarias, médicos e assistência social não se comoveram com.um caso desse “Falta de amor com o próximo ou negligência mesmo”. É preciso que o Ministério Público acompanhe de perto os casos de TFD para que situações semelhantes a essa não aconteça mais. Ney Mendonça hoje autoridade municipal, mas tenho certeza que em suas limitações torna-se público e grita aos quatros cantos clamando pedido de ajuda e a contribuição do povo humilde que se comove e ajuda com que pode enquanto as secretarias e os poderes dormem.

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