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A Comissão Justiça e Paz da CNBB Norte II, liderada pelo bispo emérito do Marajó, Dom José Luiz Azcona, reuniu com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA-ONU), a Ong internacional  Pro Natura, a Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM), a Comissão Pastoral da Terra – CPT, as religiosas da Fraternidade Ágape da Cruz e o vigário geral do Marajó, padre Mateus Tavares dos Santos, que representou o bispo da diocese de Ponta de Pedras, Dom Teodoro Mendes Tavares. Em pauta, a necessidade premente de ações para resgate da cidadania da população marajoara, que vive na região com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País.

O UNFPA é o organismo da ONU responsável por questões populacionais e de desenvolvimento. A Pro Natura já está presente com um programa piloto no Marajó há quatro anos, em Curralinho, atuando como integradora e articuladora na construção de projetos de desenvolvimento local sustentável. A estratégia é estabelecer uma rede de parcerias, públicas e privadas, e realizar um planejamento colaborativo, de modo a executar e monitorar as ações com eficiência.

Trabalhando junto com o Instituto Peabiru, a partir do Plano Viva Marajó, a Pro Natura pretende construir uma agenda regional positiva e instalar uma fábrica escola de processamento de açaí, cujo projeto está em trâmite desde 2012 no Fundo Amazônia do BNDES. A cooperativa Sementes do Marajó, criada em Curralinho em 2015, recentemente já fez a sua primeira operação de venda da produção. Também já existe um telecentro na zona rural, a fim de proporcionar inclusão digital a alunos e professores.

Dom Azcona criticou a falta de aplicação do Plano de Desenvolvimento do Marajó, do governo federal, e o secular abandono do arquipélago, salientando que é preciso uma visão de conjunto, parceiros para agir como rede, não só com ações pontuais.  Enfatizou a necessidade de combater monopólios que impedem a população local de consumir açaí e farinha, que chegam a custar R$24, e que não se deve confundir e limitar a cultura de um povo considerando apenas manifestações folclóricas. Defendeu o foco no açaí, peixe, farinha e turismo sustentável, levando em conta a realidade, o modo de viver, sentir e fazer, de forma a reconhecer e estimular o protagonismo marajoara.

Participaram da reunião, além do bispo Dom Azcona e do padre Mateus, Vinícius do Prado Monteiro, assessor do UNFPA; Fabiane Luisi Turisco, diretora executiva da Pro Natura; Marília Tavares, representante da AMAM; as irmãs Maria Josefa Iglesias e Raimunda Rodrigues, que dirigem um abrigo para crianças e adolescentes vítimas de abuso, em Portel; Carlos Augusto, da CPT; a irmã Henriqueta Cavalcante e Franssinete Florenzano, da CJP. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Praia do Atalaia, em Salinópolis(PA)

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