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O setor madeireiro do Pará apresentou ao governador Simão Jatene um rosário de queixas: os 200 mil empregos que gerava em 2007 caíram para 50 mil postos de trabalho em 2015. A área de exportações também sofreu queda, saindo de US$ 800 milhões para US$ 140 milhões, no mesmo período. Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Pará atribui as dificuldades à fiscalização rigorosa  do Ibama. O presidente da Aimex, Roberto Pupo, alega que os madeireiros melhoraram as práticas ambientais, e que hoje cerca de 70% das exportações são de produtos industrializados em território paraense. Mas que as penalidades aplicadas a infrações mínimas são sempre as máximas. O presidente da Federação das Indústrias do Pará, José Conrado, endossou as ponderações.

Recentemente, acompanhados de advogados, os empresários do setor estiveram na Assembleia Legislativa, onde apresentaram idêntica queixa, em reunião com os deputados Fernando Coimbra, 1º vice-presidente da Casa; Raimundo Santos, presidente da Comissão de Constituição e Justiça; Júnior Hage, presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária; e Sidney Rosa, vice-líder do Governo e vice-presidente da CFFO, que também é vice-presidente da Fiepa; além do procurador geral de Justiça, Marcos Antonio Ferreira das Neves. Antes, estiveram em Brasília com o ministro Sarney Filho, do Meio Ambiente, e a presidente do Ibama, tratando do mesmo assunto. Reclamaram, ainda, do posicionamento de promotores de justiça agrários.

Parece que os madeireiros estão batendo nas portas erradas e em não boa hora, já que o problema é com órgão federal. O MPE-PA atua na esfera estadual, e se a questão não diz respeito à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, pouco ou nada a Alepa e o governador podem fazer. Aliás, nem mesmo a presidência do Ibama – à qual as superintendências regionais não demonstram submissão -, e o Ministério do Meio Ambiente, que não tem ingerência no órgão. Ainda mais que, com a efetivação do presidente Michel Temer, os cargos federais de livre nomeação e exoneração estão, como se diz, na ponta da agulha para a dança das cadeiras. Melhor estratégia é esperar o novo cenário que se desenha. E corrigir os problemas para evitar as punições.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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