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O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, de 62 anos, é o novo comandante do Exército Brasileiro. Nascido em São Paulo, ele era Comandante Militar do Sudeste desde 2021. Não por acaso, ele fez na quarta-feira passada, 18, a primeira manifestação pública de um comandante militar à tropa, dez dias após os ataques às sedes dos três Poderes, em Brasília. O discurso, ao qual foi dada grande visibilidade pelas mídias do governo federal, defendeu com firmeza o reconhecimento à legitimidade das eleições. ““Esta é a mensagem que quero trazer para vocês. Em que pese o turbilhão, o terremoto, o tsunami, nós vamos continuar íntegros, coesos e respeitosos e vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, da alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Esta é a convicção que eu tenho, mesmo que a gente não goste do resultado – nem sempre é o que a gente queria. Mas esse é o papel da instituição de Estado, que respeita os valores da Pátria”.

Na sexta-feira (20), o general Júlio César de Arruda, que assumiu o Comando do Exército ainda em dezembro, já por indicação de Lula, confirmado em 6 de janeiro, participou de uma reunião com o presidente da República, o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica. Já se desenhava a sua exoneração. Reportagem de Anthony Faiola e Samantha Schmidte Marina Dias para o “Washington Post” revelou que o comandante dissera ao ministro da Justiça, Flávio Dino: “Vocês não vão prender gente aqui” (no QG do Exército), o que teria dado azo a centenas de golpistas escaparem da prisão.

O general Tomás Miguel Paiva ingressou no Exército em 1981, como Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria. Durante a vida militar, comandou a Companhia de Fuzileiros no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, no Rio de Janeiro, o Batalhão da Guarda Presidencial, da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN); a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília. Ele ascendeu ao posto de General de Exército, o mais alto da carreira, em 31 de julho e 2019, integrando o Alto Comando. Também já chefiou o Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), no Rio de Janeiro.

A crise ainda está efervescendo e Lula passando a navalha. O Diário Oficial da União de ontem (20) publicou a exoneração de 14 integrantes das Forças Armadas que estavam atuando no Gabinete de Segurança Institucional, inclusive o tenente-coronel da Aeronáutica Max Steinert, que ocupava a função de assessor militar na Secretaria-Geral da Presidência. O GSI é responsável pela segurança do presidente e vice-presidente e também do Palácio do Planalto e das residências oficiais. Na terça-feira, outros 56 militares já tinham sido dispensados, sendo que 45 cuidavam da segurança do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto.

Claro está que os ministros do GSI, da Defesa e da Justiça, todos escolhidos por Lula, cometeram erros crassos, pois poderiam – e deveriam – ter atuado preventivamente e assim evitado todo o prejuízo à nação e o agravamento dos atos dos radicais. Resta saber se o presidente vai mantê-los apesar de tudo, a fim de não espraiar a crise entre os partidos aliados.

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