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A Lei 14.805/24, que inscreve o nome de Lauro Sodré no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, foi publicada no Diário Oficial da União da sexta-feira (12). A homenagem ao militar, intelectual e político parauara decorre do projeto de lei 428/21, do senador Confúcio Moura (MDB-RO). Na Câmara dos Deputados, a proposta foi aprovada em dezembro pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, com parecer favorável da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ).

Lauro Nina Sodré e Silva nasceu em Belém no dia 17 de outubro de 1858, estudou no Liceu Paraense e em 1876 ingressou como cadete na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, então capital do Império. Titulado bacharel em ciências físicas e matemáticas e diplomado pela Escola Superior de Guerra (ESG), onde depois lecionou economia política, em 1885 dirigiu uma “Carta ao Imperador”, através do jornal A Província do Pará, pregando “a marcha indefectível da civilização para diante”. Participou ativamente da criação do Clube Republicano do Pará e redigiu o manifesto publicado em Belém afirmando que o objetivo da associação era a eliminação da realeza, causa do atraso da sociedade brasileira.

Após a proclamação da República, foi um dos signatários da Constituição de 24 de fevereiro de 1891. Iniciada em junho a legislatura ordinária, tomou assento na Câmara dos Deputados, mas não chegou a exercer o mandato: em 23 de junho de 1891 foi eleito pelo Congresso Constituinte paraense, à unanimidade, governador do Pará.

Quando, em 3 de novembro de 1891, o presidente da República marechal Deodoro da Fonseca decretou a dissolução do Congresso Nacional, foi o único governador que se colocou contra o golpe. Deodoro enviou o general João Nepumuceno de Medeiros Mallet ao Pará para destituí-lo do governo. Mas o almirante Custódio de Melo ameaçou bombardear o Rio de Janeiro, o marechal Deodoro renunciou à presidência em 23 de novembro de 1891, e todos os governadores que haviam apoiado o golpe foram depostos. O capitão Lauro Sodré foi mantido no governo do Pará e nele permaneceu até 1º de fevereiro de 1897, quando o transmitiu a José Paes de Carvalho.

Eleito senador do Pará em 1897, ainda nesse ano foi candidato à presidência da República na sucessão de Prudente de Morais, mas derrotado por Campos Sales. Em 1903, como o governo federal tentasse articular a derrota de sua candidatura ao Senado pelo Pará, conseguiu, em campanha relâmpago de sete dias, ser eleito senador pelo Distrito Federal.

Fundou e liderou a Liga contra a Vacina Obrigatória, idealizada por Oswaldo Cruz. No dia 14 de novembro de 1904, ao lado do general Travassos e dos deputados Barbosa Lima e Alfredo Varela, levantou a Escola Militar da Praia Vermelha, de onde saíram cerca de trezentos cadetes em direção ao palácio do governo para depor o presidente. No caminho, receberam a adesão de um esquadrão de cavalaria e de uma companhia de infantaria. Entretanto, no caminho, em Botafogo, as tropas legalistas feriram gravemente o general Travassos, que morreu dias depois, e Lauro Sodré também foi atingido. Encarcerado a bordo da escuna Floriano, em 4 de setembro de 1905 foi libertado e anistiado. Em 1912, novamente se elegeu senador pelo Pará. Em 1913, após 37 anos de serviço no Exército, foi reformado no posto de general.

Em 1º de fevereiro de 1917, assumiu pela segunda vez o governo do Pará, sucedendo a Eneias Martins. Eleito pela terceira vez senador pelo Pará, exerceu o mandato até 1929 e, com a Revolução de 1930, abandonou a vida política.

Lauro Sodré era também maçom. Iniciado em 1º de agosto de 1888 na loja Harmonia, em Belém, e agraciado pela loja Cosmopolita, também em Belém, com o título de “filiando livre”, foi grão-mestre do Grande Oriente do Brasil e soberano grande comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito, mas renunciou em 1917. Além de artigos, discursos e manifestos, publicou A idéia republicana no Pará (1890), Palavras e atos (1896), Crenças e opiniões (1896), A evolução política do Brasil (1906) e Pelo norte da República. Faleceu em 16 de junho de 1944.

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