0
 

Em razão de minha atividade na magistratura, hoje aposentado, compus hinos para diversas instituições jurídicas, bem como para corporações culturais, educacionais, acadêmicas e outras, alguns oficializados por entidades públicas e privadas.

A Arte de Euterpe está intimamente ligada a esse gênero musical.

É um “cântico de louvor”, que tem origem na Grécia antiga (hýmnos).

Há hinos religiosos, circunstanciais, nacionais, cívicos, militares, esportivos, escolares etc.

Os hinos representam nossa identidade, valores e história. Através deles, celebramos a união entre os povos.

Afinal, o hino é um símbolo tradicional de uma Instituição.

Até instituições internacionais adotam hinos, como são os casos da ONU (Organização das Nações Unidas) e da FIFA (Federação Internacional de Futebol Associação).

Em todo o planeta existem hinos, dos mais diversos matizes. Há hinos apenas instrumentais, sem texto poético, como é o caso do Hino Nacional da Espanha, que adota “La Marcha Real”, um dos hinos mais antigos do mundo, não obstante algumas tentativas de adicionar uma letra, o que até hoje não ocorreu.

O tradicional hino “Gaudeamus igitur” – que cantávamos, na juventude no Colégio “Dom Amando”, de Santarém (PA), dirigido por religiosos norte-americanos, excelentes professores, e fundado pela Congregação de Santa Cruz, que surgiu na França – é uma canção popular acadêmica de origem medieval, conhecida internacionalmente, sobretudo em círculos universitários, apresentado em cerimônias de formatura e outros eventos acadêmicos. A canção, também conhecida como “De brevitate vitae“, exorta a aproveitar o momento e a vida, tendo sido associada à tradição do carpe diem. Cantávamos também o Hino Nacional Brasileiro e o Hino do Colégio.

Aliás, eu escrevi arranjos para o “Hino do Colégio Dom Amando”, de Santarém-PA – Canto, Quinteto de Sopros e Piano (2010) e Canto e Orquestra Sinfônica (2018) -, que tem letra do Irmão Genardo Green (Congregação dos Irmãos da Santa Cruz) e música de Henry S. Thompson (1824-1889), extraída do conhecido Hino “Alma Mater“, da Universidade de Cornell (USA).

Também escrevi dois arranjos para o belo “Hino Nacional Brasileiro” (música: Francisco Manuel da Silva; e letra: Joaquim Osório Duque-Estrada), para Violino, Viola e Piano; e 2 Violinos e Piano (2022); sendo a parte do Piano baseada no arranjo de Alberto Nepomuceno.

Para a União Europeia foi adotada parte da melodia da famosa 9ª Sinfonia do grande compositor Beethoven (“Ode à Alegria”), sem texto poético.

Aliás, o compositor alemão Felix Mendelssohn (1809-1847) escreveu uma coleção de 48 peças curtas e líricas para piano, intituladas de Canções Sem Palavras (Lieder ohne Worte), muito apreciadas.

Existem hinos em homenagem a várias entidades acadêmicas estrangeiras, especialmente na América Latina, verbi gratia: Himno de la Universidad Nacional Autónoma de México – UNAM (Romeo Manrique de Lara e Manuel M. Bermejo); Himno de la Universidad Autónoma de Nuevo León – UANL – México (Antonio Flores Martínez); Himno de la Universidad Nacional de Colombia (Maestro Blas Emilio Atehortúa); Himno de la Universidad de Antioquia – Colombia (Edgar Poe Restrepo, Robert Lowrie e Maria Bravo Márquez); Himno de la Universidad Central de Venezuela – UCV (Tomás Alfaro Calatrava, Luis Pastori e Evencio Castellanos); Himno de la Universidad del Zúlia – LUZ – Venezuela (Dr. José Ortín Rodríguez); Himno de la Universidad Simón Bolívar – USB – Venezuela – “La Canción del Nuevo Mundo” (Ernesto Mayz Vallenilla e Alberto Grau); Himno de la Universidad Central del Ecuador (María Durán e Remigio Romero y Cordero); Himno de la Universidad de Guayaquil – Ecuador (Pablo Balarezo Moncayo e Corsino Durán); Himno de la Academia Hispano-Brasileña de Ciencias, Letras y Artes (Renato Lisboa); Himno de la Universidad de Chile (Julio Barrenechea e René Amengual); Himno de la Universidad Peruana Los Andes – Peru (Félix Arturo Caldas y Caballero); Hino de la Universidad Nacional Costa Rica – UMA (Adrián Goizueta); Hino da Universidade do Minho – Portugal (Maestro Fernando Lapa e José Manuel Mendes); Hymno Académico – dedicado, em 1853, à Academia ou Universidade de Coimbra – Portugal (José Augusto Sanches da Gama e José Cristiano O’Neill de Medeiros) etc.

Não raro os hinos transformam-se em músicas de domínio público e, com o tempo, a sociedade esquece quem são os seus autores.

Em dezembro de 2009, escrevi um artigo sobre “Hinos”, publicado no Jornal “URUÁ-TAPERA – GAZETA DO OESTE” (Belém-PA), Ano XVII, edição nº 172, p. 7. Agora, faço algumas revisões e atualizações no texto.

Meu avô José Agostinho da Fonseca (1886-1945) compôs cerca de 12 hinos, como o Hino à Árvore (letra: Anysio Chaves); Tapajós Foot-Ball Clube; e Santa Cruz Sport Clube (letra: Paulo Rodrigues dos Santos).

Meu pai Wilson Fonseca (1912-2002) escreveu mais de 100 hinos, como o Hino de Santarém (letra: Paulo Rodrigues dos Santos); Hino da Festa de N. S. da Conceição (letra: Emir Bemerguy); e Hino ao 13 de Maio (letra: Felisbelo Sussuarana), além da “Canção de Minha Saudade” (letra: Wilmar Dias da Fonseca, meu tio), considerado o “hino sentimental” de Santarém (PA).

Na tradição da Família Fonseca, compus cerca de 200 hinos, tais como o Hino ao Centenário do Teatro da Paz (letra: Emir Bemerguy); Canção da Escola da Magistratura (letra: Desembargador Almir de Lima Pereira); Homenagem a Belém; Hino do Tribunal de Justiça do Estado do Pará; Hino do Estado do Tapajós; 1º de Maio; Hino do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá; Hino da Academia Paraense de Música; Hino da Câmara Municipal de Belém; Hino do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia; Hino da UEPA – Universidade do Estado do Pará; Hino do Grêmio Literário e Recreativo Português; Hino do Ministério Público de Contas do Estado do Pará (letra de Antônio Maria Filgueiras Cavalcante); Hino da Academia Brasileira de Direito do Trabalho; Hino do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (letra: Célio Simões de Souza); Clamor Contra O Trabalho Escravo (letra: Célio Simões de Souza); Hino do PJe – Processo Judicial Eletrônico; Hino do TJC – Programa Trabalho, Justiça e Cidadania; Hino da Subseção da OAB de Santarém; Hino ao Advogado; Hino do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região; Hino do Município de Saboeiro (letra: Antônio Erlindo Braga); Hino da Associação Comercial do Pará; Hino da Academia Sul Rio-Grandense de Direito do Trabalho; Hino da Academia Paraense de Jornalismo (letra: Célio Simões de Souza); Hino da Academia Nacional de Direito Desportivo; Hino de Alter do Chão (letra: Renato Sussuarana); Hino do Instituto dos Advogados do Pará – IAP (letra: Célio Simões de Souza); Hino da ATEP – Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Pará (letra: Célio Simões de Souza); Hino do Instituto Silvio Meira; Hino da Academia Paraense de Letras Jurídicas (letra: Célio Simões de Souza); Hino do Luso Sporting Club (Manaus – Amazonas); Hino do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região – Natal-RN; Hino da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau; Canção do Oficial da Reserva; Hino da FENAJU – Federação Nacional das Juntas Comerciais; Hino da ABDSS – Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (letra: Océlio de Jesus Carneiro de Morais); Hino da Academia de Música do Brasil; Hino da Academia Paulista de Direito do Trabalho; Hino da Academia de Música de São Paulo; Hino do SESC (Serviço Social do Comercio); Hino da Academia Iberoamericana de Direito do Trabalho e Seguridade Social (com letra em português e em espanhol); Hino da Escola Judicial do Poder Judiciário do Estado do Pará – EJPA; Hino da Associação Comercial e Empresarial de Santarém; Hino do Bicentenário da Adesão do Pará à Independência do Brasil; Hino da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA (letra: Renato Sussuarana); Hino da SEAP-PA – Secretaria de Estado de Administração Penitenciária – Pará; Hino da APAE de Belém – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais; Hino do IBDFAM-PA – Instituto Brasileiro de Direito das Famílias e das Sucessões-PA; Hino do Aluno Cepeceano (letra: Camilo Delduque); Hino do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (Curitiba-PR); Hino do CCHF – Centro Cívico Honorato Filgueiras do Colégio Estadual Paes de Carvalho (letra: Camilo Delduque); além de diversos outros, inclusive Hinos em homenagem a vários estabelecimentos escolares, conforme referências no meu currículo no Portal do TRT-8ª Região:

https://www.trt8.jus.br/estrutura-do-tribunal/desembargador/vicente-jose-malheiros-da-fonseca-aposentado

Também podem ser considerados hinos obras sacras, que compus e dediquei a quatro Papas, Sumos Pontífices da Igreja Católica Apostólica Romana:

  1. Homenagem ao Papa João Paulo II (Para a sua chegada em Belém-PA), sem texto poético, composto em Boa Vista-RR (1980), com revisão e arranjo para Violino e Piano (Belém-PA, 2019).
  • Ave Maria (letra em latim, 2003), dedicada ao Papa Bento XVI, de quem recebi uma Bênção Apostólica (2006). Constou do CD “Ave Maria Paraense”, gravado por Madalena Aliverti.
  • Maria – Ave Maria dos Migrantes (Coro a 4 vozes mistas e Órgão de tubo, com pedal), com letra e música de minha autoria, classificada em 1º lugar no Concurso Nacional de Composição de Música Sacra, promovido, em 2010, pela Paróquia Nossa Senhora de Boa Viagem – Igreja Matriz de São Bernardo do Campo (SP), em comemoração aos festejos dos “200 anos da criação da Paróquia – 1812/2012”. Dedicada ao Papa Francisco, de quem tive a graça de receber outra Bênção Apostólica (2013).
  • Salve Rainha (2020), para Coro a 4 vozes mistas e Piano (letra tradicional), que dediquei ao Papa Leão XIV, na data de sua eleição pelo Colégio de Cardeais (08/05/2025).

Compus o Hino da Justiça do Trabalho (letra e música) em 1998, pouco antes de tomar posse como Presidente do TRT-8 e Coordenador do Colégio de Presidentes e Corregedores dos TRTs do Brasil, quando a obra foi executada, em 1ª audição. O discurso que proferi à época (A toga e a lira) registra que a minha vida sempre esteve ligada à música.

O Hino da Justiça do Trabalho foi oficializado pela Resolução nº 45, de 09.03.2000 e art. 309 do Regimento Interno do TRT-8ª Região,

A obra musical foi aprovada como canção oficial do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho do Brasil – COLEPRECOR, nos termos da Resolução nº 001/2010, de 28 de setembro de 2010.

Foi, ainda, oficializado, em âmbito nacional, pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT, conforme Resolução nº 91, de 06.03.2012, publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho nº 934/2012, de 08.03.2012), com a letra e as partituras dos arranjos para Canto e Piano, Coro a 4 vozes mistas e Piano, Quinteto de Cordas e Banda Sinfônica.

O Hino da Justiça do Trabalho foi gravado pela Orquestra Jovem e Coral Maestro Wilson Fonseca, sob regência do Maestro José Agostinho da Fonseca Neto, meu irmão, no CD Sinfonia Amazônica (vol. 1, 2002), com arranjo orquestral de meu pai Wilson Fonseca.

Está disponível no Portal do TRT-8:

https://www.trt8.jus.br/estrutura-do-tribunal/hino-da-justica-do-trabalho

Vicente Malheiros da Fonseca
Vicente José Malheiros da Fonseca é Desembargador do Trabalho de carreira (Aposentado), ex-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Belém-PA). Professor Emérito da Universidade da Amazônia (UNAMA). Compositor. Membro da Associação dos Magistrados Brasileiros, da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 8ª Região, da Academia Brasileira de Direito do Trabalho, da Academia Paraense de Música, da Academia de Letras e Artes de Santarém, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, da Academia Luminescência Brasileira, da Academia de Música do Brasil, da Academia de Musicologia do Brasil, da Academia de Música do Rio de Janeiro, da Academia de Artes do Brasil, da Academia de Música de Campinas (SP), da Academia de Música de Santos (SP), da Academia Paraense de Letras Jurídicas, da Academia Paraense de Letras, da Academia Brasileira de Ciências e Letras (Câmara Brasileira de Cultura), da Academia Brasileira Rotária de Letras (ABROL) - Seção do Oeste do Pará, da Academia de Música de São José dos Campos (SP), da Academia de Música de São Paulo, da Academia de Música de Presidente Prudente, da Academia Brasileira de História, da Academia de Música da Amazônia, da Academia de Filosofia do Brasil, da Academia de Musicologia de São Paulo; da Academia de Musicologia do Rio de Janeiro; da Academia de Musicologia de Campinas; Academia de Música de Minas Gerais; Academia de Belas-Artes e Poesia do Estado de São Paulo; Academia de História do Estado de São Paulo; Academia Nacional das Letras do Brasil; Academia Mundial de Cultura e Literatura. Membro Honorário do Instituto dos Advogados do Pará. Sócio Benemérito da Academia Vigiense de Letras (Vigia de Nazaré-PA). Sócio Honorário da Academia Paraense de Jornalismo.

Leptópteros

Anterior

Operação “Vaga Segura” em Belém

Próximo

Você pode gostar

Comentários