Publicado em: 19 de maio de 2025
No último domingo, dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, o Museu de Arte de Belém (MABE) inaugurou a exposição “EXISTIRMOS”, sob curadoria de Nina Matos e curadoria adjunta de Waldereis Araújo. A exposição ocupa a Sala Theodoro Braga, no Palácio Antônio Lemos, e reúne obras consagradas do acervo do MABE, de artistas como Anita Guidi, Antonio Salazar, Dionorte Drumond, Dumas Seixas, João Batista de Paula Fonseca, Marinaldo Santos, Miguel Chikaoka e Octávio Cardoso, nomes consagrados da arte parauara, e trabalhos inéditos de nove artistas visuais amazônicas, que compõem um núcleo contemporâneo dedicado à crise climática e seus impactos na região.
Entre as artistas convidadas estão Boto Psicodélico, Dannoelly Cardoso, Ireny Nunes Yago, Júlia Goulart, Laís Cabral, Ká Miranda, LENU, Michelle Cunha e Renata Segtowick. Suas obras abordam temas que vão da preservação da natureza aos direitos dos povos originários, passando pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e pelo enfrentamento da crise climática a partir da vivência amazônica.
“É ver minha caminhada, feita de desafios, pesquisas e muita entrega, ganhar espaço e reconhecimento. Levar minha arte para o MABE, um lugar que preserva memórias e inspira tantas histórias, me fortalece e me deixa honrada”, compartilhou Dannoelly Cardoso. Para Renata Segtowick, a participação é também um gesto de responsabilidade: “O Palácio Antônio Lemos carrega camadas históricas importantes para Belém, e colocar uma obra com temática ambiental ali é provocar um diálogo entre o passado e as urgências do presente.”
Organizada em núcleos temáticos, “EXISTIRMOS” propõe uma imersão estética e crítica. As obras vão de registros poéticos da floresta e das águas até denúncias visuais sobre práticas predatórias e silenciamentos históricos. A exposição convida o público a olhar para a Amazônia não como um símbolo abstrato, mas como território vivo, habitado, múltiplo e politicamente ativo.
“A mostra sintetiza nossa realidade amazônida em paralelo ao debate ambiental e de sustentabilidade. Essa realidade precisa ser vista em sua totalidade, não por meio de estereótipos”, reforçou Júlia Goulart, que também integra o time de artistas.
“Dar voz às nossas comunidades por meio da arte é tocar as pessoas de forma mais humana sobre os impactos ambientais”, declarou a artista Dannoelly. “A arte é também resistência.”
A exposição “EXISTIRMOS” permanece em cartaz até setembro de 2025, com entrada gratuita. A visitação pode ser feita de terça a domingo, no Museu de Arte de Belém, com programação paralela prevista ao longo dos próximos meses.
Foto: Rafael Miyake – Semcult
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