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Construída ao custo de R$94 milhões, a Arena Guilherme Paraense foi entregue à população como um equipamento público transformador para crianças, adolescentes e adultos e espaço multiuso, não só para a região metropolitana de Belém mas para todo o Estado, adequada a atividades esportivas, artísticas e culturais, inclusive com um palco móvel. A programação inaugural incluiu a banda de música do Corpo de Bombeiros Militar e seus alunos do projeto Escola da Vida; grupos de carimbó, o time do All Star Rodas, grupo folclórico de São Caetano de Odivelas e outros de hip hop, percussão e coral formados por alunos do Pro Paz e free style. De lá para cá as apresentações minguaram e com a pandemia o local só teve uso para a Feira do Livro deste ano, evento cujas dimensões não couberam lá.

Guilherme Paraense (1884-1968), primeiro medalhista de ouro olímpico brasileiro, que deu nome à arena, integrou a primeira delegação brasileira a participar de uma Olimpíada, nos jogos da Antuérpia (Bélgica), em 1920. A equipe de tiro, formada por sete atletas, conquistou as medalhas de ouro, prata e bronze, levando o Brasil ao 15º lugar naqueles Jogos.

Em tempos tão difíceis, de tantas perdas de vidas, desemprego e fome, a abertura da arena para cumprir seu papel é de extrema importância. Não faltam projetos educativos relevantes que vêm sendo executados sem o menor apoio por artistas, educadores e esportistas, e que deveriam ser contemplados no Mangueirinho. Ativistas esportistas estão pleiteando o uso do espaço, e divulgaram nas redes sociais uma carta aberta ao governador Helder Barbalho e ao prefeito Edmilson Rodrigues, cuja íntegra reproduzimos:

“Inaugurada em 2016, a Arena Guilherme Paraense – Mangueirinho é um espaço confortável (com wi-fi, ar-condicionado, etc.), acessível e seguro para a prática de esportes – função principal de um ginásio. Apesar disso, durante todos esses anos, este espaço vem sendo utilizado, majoritariamente, para eventos religiosos e ações pontuais do governo, salvo raras exceções.

Nós, amantes do basquete, do vôlei e do futsal local lamentamos por jamais termos usufruído deste espaço para assistir aos jogos dos nossos Clubes. Sabemos que há um alto custo para a locação do espaço, mas por se tratar de uma infraestrutura construída com dinheiro público, exigimos que sejam criados subsídios para viabilizar tais demandas.

Nesse sentindo, gostaríamos de propor ao governo do Estado e à prefeitura de Belém que sejam disponibilizadas algumas datas por mês para o uso do espaço pelas federações locais, para que realizem rodadas múltiplas no espaço.

Temos convicção de que com essa medida famílias inteiras colocariam os eventos mencionados nas suas agendas, fazendo do Mangueirinho um espaço de fortalecimento da cidadania. Por fim, convidamos outros movimentos sociais e ativistas da área dos esportes a colocarem essa pauta na sua agenda de luta para 2022.

O Mangueirinho é do povo!”

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