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De acordo com dados do IBGE relativos a 2013, há 3,2 milhões de crianças e adolescentes trabalhando no Brasil, na faixa etária entre 5 e 17 anos. A maioria, do sexo masculino. No Pará, 198 mil crianças e adolescentes trabalham de forma ilegal, segundo o TRT 8ª Região. Estatísticas mostram que a criança, quando trabalha, tem seu futuro comprometido, não só pelo aspecto financeiro ou patrimonial, mas principalmente emocional.

Para alertar a sociedade acerca dos danos irreversíveis à saúde psicológica e física, ao desenvolvimento e ao processo de educação de meninos e meninas submetidos a atividades impróprias a essa idade, órgãos governamentais, ongs e cidadãos comprometidos na luta em prol das crianças e adolescentes farão a Marcha de Belém Contra o Trabalho Infantil, no próximo dia 1º de março, com saída da Escadinha da estação das Docas e chegada na Praça da República. É um equívoco acreditar que, para a criança pobre, “é melhor trabalhar do que ficar na rua”, ou “é melhor trabalhar do que roubar”. O movimento pretende mostrar que brincar e estudar devem ser as atividades prioritárias das crianças.

A ação integra o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho da 8ª Região, que conta com o apoio de mais 87 parceiros, entre eles a Associação dos Magistrados Trabalhistas da 8ª Região (Amatra8), Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), TJE-PA, MPE-PA, MPT-PA, Ampep, OAB-PA, UFPA, Atep-PA, Governo do Pará, Prefeitura de Belém, Fiepa, Fecomércio, Sebrae-PA, Senai, Unicef, OIT, Comissão Justiça e Paz da CNBB Norte II, Cáritas, Arquidiocese de Belém, Sindicato dos Jornalistas do Pará, clubes de futebol, supermercados, SRTE-PA, Sinait e FPF. As juízas Zuíla Lima Dutra, titular da 5ª Vara do Trabalho de Belém, membro da Comissão Nacional e gestora regional do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, e Vanilza de Souza Malcher, da 2ª Vara do Trabalho de Belém, também gestora regional, coordenam a campanha. 

Dez razões pelas quais a criança não deve trabalhar:

1) Criança ainda não tem seus ossos e músculos completamente
desenvolvidos. Por isso corre maior risco de sofrer acidentes; 
2) A entrada e saída de ar dos pulmões da criança são reduzidas,
sendo mais afetada pelas substâncias tóxicas que podem levar à
morte; 
3) O coração da criança bate mais rápido que o do adulto,
aumentando sua frequência cardíaca diante do esforço e comprometendo a saúde;
4) O sistema nervoso da criança não está totalmente desenvolvido,
o que provoca sintomas como: dores de cabeça, insônia, tontura,
dificuldade de concentração e de memorização, com prejuízo ao
rendimento escolar; 
5) Criança tem fígado, baço, rins, estômago e intestino ainda em
desenvolvimento, o que facilita a intoxicação;
6) O corpo da criança produz mais calor que o do adulto quando
submetido a trabalho pesado, o que pode causar, dentre outras
coisas, desidratação e maior cansaço; 
7) A pele da criança é mais sensível aos agentes físicos, químicos
e biológicos; 
8) Criança tem visão periférica menor que a do adulto; enxerga
menos o que ocorre ao seu redor e fica mais sujeita a sofrer acidentes
de trabalho;
9) Criança tem maior sensibilidade aos ruídos que o adulto, o que
pode provocar perdas auditivas mais intensas e rápidas;
10) O trabalho infantil inviabiliza vários direitos da criança, como a
oportunidade de brincar, estudar e aprender, dificultando seu
desenvolvimento físico, emocional e intelectual.

Participe! Dê um cartão vermelho ao trabalho infantil. Nesse jogo, todos somos juízes.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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