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Agora de manhã, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado que investiga a existência de grupos de extermínio e de milícias no Pará colhe depoimentos da Ouvidora do Sistema de Segurança Pública, Eliana Fonseca, e da delegada Ione Pereira Coelho, diretora de Polícia Especializada da Delegacia Geral, a portas fechadas, na sala dos ex-presidentes da Alepa. “Uma coisa é certa: há grupos de extermínio e de milícias. É possível afirmar, com base nos depoimentos colhidos, sem medo de errar, que não há crimes isolados – como o de Icoaraci, onde o autor está preso, condenado a 100 anos de prisão – mas faz parte de uma ação coletiva, sistemática e complexa, que envolve pagamento de empresários por serviços de extermínio, proteção dos negócios e outros e a relação criminosa com grupos de tráfico de armas e de drogas”, adiantou o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL), autor da CPI, a jornalistas.
Participam da oitiva, além de Edmilson, o relator, 
deputado Carlos Bordalo (PT), o presidente da comissão, deputado Augusto Pantoja (PPS) e a deputada Tetê Santos (PSDB).
A CPI já ouviu vários depoimentos de familiares de vítimas, do ex-secretário de Segurança Pública, Geraldo Araújo, e do promotor de justiça militar Armando Brasil. 

“Já conseguimos avançar muito. É difícil o acesso a informações detalhadas. Faremos um relatório que vai dignificar a Assembleia Legislativa”, declarou Edmilson. O relatório deverá ser entregue até o final deste mês. 

A CPI foi instalada por ato do presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda(DEM), a requerimento de Edmilson Rodrigues com 14 assinaturas de apoio, na forma disposta pelo regimento interno da Casa e pela Constituição Estadual, com o objetivo de elucidar a chacina de dez moradores dos bairros do Guamá e da Terra Firme, em seguida à execução do cabo Antônio Marcos Figueiredo, o “Cabo Pet”, da Polícia Militar, em quatro de novembro de 2014, no Guamá,  que Pet integrava grupo de extermínio que contaria com a participação de outros policiais militares e civis, financiada por comerciantes e traficantes, de acordo com denúncias. A morte do PM teria sido executada por um grupo de bandidos com atuação no bairro e a chacina subsequente teria a participação direta de colegas de farda do militar assassinado.
A CPI apura também a atuação de outros grupos de extermínio e de milícias no Pará.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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