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Oficiais e praças que integram a maioria honesta e dedicada na Polícia Militar do Pará estão tomados de justa revolta e indignação. É que, hoje, saiu no Diário Oficial do Estado, a publicação da portaria de transferência para a reserva remunerada da Coronel QOPM/PA Andréa Keyla Leal Rocha, investigada por gravíssimas acusações que ensejam a sua expulsão da PMPA a bem do serviço público. A partir de 1° de setembro, ela receberá invejáveis proventos de R$35 mil, conforme portaria do Igeprev (foto).

Afastada em meio a ruidoso escândalo do Comando de Policiamento Ambiental, por ordem do juiz Lucas do Carmo, titular da Vara Única da Justiça Militar do Estado do Pará, que também a proibiu de frequentar a unidade pelo prazo mínimo de cento e vinte dias, a coronel Keyla responde, junto com o Sgt. Gildson Soares, ao procedimento investigatório nº 0800124-33.2021.814.0200, que envolve corrupção, peculato, usurpação e abuso de autoridade, desacato a superior, tortura e até ameaças de morte e foi alvo de requerimento de medidas cautelares em Procedimento Investigatório Criminal instaurado pelo promotor de justiça militar Armando Brasil e pela 3ª PJ Criminal de Santarém, que receberam diversas denúncias formuladas por policiais militares da 1ª Companhia de Policiamento Ambiental.

Mesmo assim, recentemente ela foi nomeada comandante do Comando de Policiamento Especializado da PMPA, medida revogada em menos de 24 horas, tal o clamor popular e militar. O governador Helder Barbalho, comandante-em-chefe da PMPA, prometeu ao assumir o Governo do Pará jamais apadrinhar servidores acusados de ilícitos. Mas a Coronel Keyla é blindada. Designada para a Subseção de Controle de Cessão e Agregação de Policiais Militares, onde deveria responder aos processos judicial e administrativo, pela Corregedoria da Corporação, ela requereu – e foi imediatamente atendida – a passagem para a reserva remunerada. Muitos com trajetória irrepreensível passam anos esperando tal benefício.

O juiz Lucas do Carmo transcreveu em sua sentença gravações da Coronel Keyla ameaçando seus antigos subordinados no BPA de que, caso a denunciassem, “iria acionar o Comandante-Geral”, pois segundo ela, o Coronel Dilson Jr. “faz tudo o que ela quer”.  O titular da Vara Militar enfatizou, em sua decisão, “a violenta, intimidatória e totalmente ilegal conduta do SGT Gildson, respaldado por uma comandante que chega ao ponto de ligar para intimidar a todos com o fito de “proteger” o praça”.

O magistrado salientou, ainda: “Urge que se tome alguma providência visando a evitar que policiais militares que praticam ilícitos penais, notadamente dolosos, utilizando-se de suas funções e equipamento fornecido pelo Estado, com acinte direto à moralidade administrativa, permaneçam, ao menos até o desfecho final desta ação, no exercício de suas funções”, pontuando que “a oficial, valendo-se da sua condição de Comandante de Policiamento Ambiental da Policia Militar, por ser íntima do SGT Gildson Soares, passou a acobertar sua conduta danosa no meio da unidade, dando-lhe cobertura e proteção, em prejuízo da manutenção da ordem no serviço, prejudicando a apuração de condutas ilícitas imputadas ao mesmo, perseguindo outros militares que não se submetessem aos seus desmandos, com prejuízo para as investigações e para a manutenção das normas e princípios da hierarquia e disciplina militares, que são a base das instituições militares”.

A Coronel arruinou a hierarquia e a disciplina militar na Companhia Ambiental e agora destroça toda a PMPA. O promotor de Justiça militar Armando Brasil informa que, se ela for condenada a pena superior a dois anos, terá que ser excluída da corporação, como foi o caso da Coronel Ruth Lea Costa Guimarães, considerada pelo Tribunal de Justiça do Pará indigna de permanecer no oficialato da instituição. A coronel Lea foi denunciada pelo Ministério Público por prática de falta grave, referente à comercialização de veículos inservíveis que haviam sido doados pela Polícia Militar à Fundação Pestalozzi.

Uruá-Tapera

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