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 Fotos: Tamara Saré/Secult

Fotos: Franssinete Florenzano
Digno dos melhores palcos do mundo o concerto “Belém! Paisagens Musicais”, do violonista parauara Salomão Habib, com participação especial do lendário Sebastião Tapajós, do poeta João de Jesus Paes Loureiro, e da cantora Andréa Pinheiro, ontem à noite, no Salão das Artes do Museu Histórico do Estado do Pará, o Palácio Lauro Sodré, antiga sede do Governo do Estado. 

A sala estava completamente lotada, e alguns ficaram de pé. Mas, infelizmente, a má educação também estava presente. Pessoas chegaram atrasadas. Telefones celulares tocaram. E houve quem atendesse e ainda saísse falando com o aparelho na orelha.  Também foi um tal de entra e sai, acho que para o toalete(!). E teve quem se desse ao desplante de, no vai-e-volta, encontrar amiga, parar e trocar beijinho bem em frente ao artista, na primeira fila. Tudo durante a apresentação.

Salomão Habib mostrou uns carimbós lindíssimos da série de 24 que compôs, contou causos bem humorados, tocou composições de Tó Teixeira, Catiá e Waldemar Henrique  e maravilhou a todos com sua Vihuela, seu Violão Tercino e seu Violão Decacorde, falando sobre cada um dos instrumentos. 

Originada da fusão das guitarras mourística e romana, a  Vihuela foi um instrumento formatado na Península Ibérica, em particular na Espanha, que se desenvolveu com grande vigor no séc. XV (a partir de 1.604) e alcançou enorme sucesso com o lançamento do primeiro Tratado (Método) Musical pelo compositor aragonês Gaspar Sanz. Historicamente configurada como uma “parente longínqua” do violão  atual, foi a responsável pela grande difusão da música instrumental medieval na Europa e nas colônias recém-conquistadas no Novo Mundo, servindo tanto às Cortes e seus menestéis quanto aos trovadores populares. O Tercino data do final do período barroco e é resultante de uma alteração na guitarra medieval, para aumentar a potência nas cordas. Caiu em desuso no período clássico, em razão de sua afinação iniciada com uma terça, ou seja, três notas acima da guitarra tradicional. Já o violão Decacorde, como o nome sugere, tem dez cordas, que lhe garante vasta amplitude de sons graves próprios dos ritmos regionais.

JJ. Paes Loureiro emocionou a todos ao recitar seu lindo poema “Belém: o Azul e o Raro“. Andréa Pinheiro cantou “Canção para Belém” (letra de Paes Loureiro e música de Salomão Habib). E o genial Sebastião Tapajós tocou “Flores para Nossa Senhora” e “Emanuelle”, de sua autoria, e  “Batuque no Paracuri”, de Salomão Habib.

Ao final, Salomão Habib agradeceu o patrocínio do SESC/Secult e o espaço do MHEP, administrado pelo artista plástico Sérgio Melo, e autografou seu kit de 3 CDs, DVD e partituras de Tó Teixeira. E Sebastião Tapajós me contou que vem de novo a Belém dia 23 para uma apresentação especial no espaço cultural Azevedo Barbosa. Tomara que me convidem!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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