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Nesta quarta-feira, 15 de janeiro, às 15h, na Sala de Projeção da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará (FAV-UFPA), acontecerá a estreia do Cineclube Iracema. O evento promete reunir amantes da sétima arte para revisitar um dos maiores clássicos do cinema nacional, “Iracema, uma transa amazônica”, em uma exibição especial que comemora os 50 anos do filme.

Lançado em 1974, o filme dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna é uma crítica contundente ao impacto do “progresso” na Amazônia. Narrado a partir do olhar de Iracema, personagem vivida pela atriz paraense Edna de Cássia, a obra traz reflexões atemporais sobre questões sociais, econômicas e ambientais que ainda ecoam no Brasil contemporâneo.

Combinando ficção e documentário para denunciar as transformações e os conflitos sociais na Amazônia durante a década de 1970, o filme acompanha a jornada de Iracema, uma jovem indígena prostituída, e Tião Brasil Grande (interpretado por Paulo César Pereio), um caminhoneiro sulista, enquanto atravessam a região. A narrativa, ambientada nas festas do Círio de Nazaré em Belém, expõe questões como desmatamento, exploração de trabalhadores e precariedade de serviços públicos, contrastando com a propaganda oficial que promovia um cenário de progresso.

Nesta sessão histórica, o público terá a oportunidade de assistir a uma versão remasterizada do filme.

Após a exibição, o evento contará com um bate-papo exclusivo com Edna de Cássia, cuja interpretação de Iracema tornou-se icônica na cinematografia nacional, e Chico Carneiro, membro da equipe técnica do filme. Ambos compartilharão memórias de bastidores, reflexões sobre o impacto cultural da obra e suas trajetórias artísticas.

Além do longa, o evento exibirá o curta-metragem “Te Vira”, fruto de uma parceria entre o Curso de Cinema da UFPA e o Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará e que também é protagonizado por Edna de Cássia. A exibição corrobora o compromisso do Cineclube Iracema em valorizar narrativas regionais e fomentar a discussão sobre a arte e a cultura amazônicas.

O evento é gratuito e oferece certificação de participação, sendo uma oportunidade imperdível para estudantes, pesquisadores e entusiastas da cultura brasileira.

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Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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