Publicado em: 19 de setembro de 2017
Em 2008, Marcos Fernando Moura Alves resolveu cortar uma árvore na casa onde morava com a família, em Belém, no bairro da Pedreira. A mulher de seu irmão disse que a árvore era dela e que se ele a cortasse registraria um BO na polícia. Furioso, ele cortou a própria cunhada, e quando a irmã dela, que estava de visita, tentou impedir o crime, também a golpeou a terçadadas, causando-lhe deformidade permanente. Em júri presidido pelo juiz Edmar da Silva Pereira, o criminoso foi condenado a 16 anos de reclusão. Ele confessou as terçadadas nas vítimas, mas – vejam só! – declarou que não tinha intenção de matar.
A propósito deste caso, relatado pelo advogado Ivanildo Alves nas redes sociais, a procuradora de justiça aposentada Iolanda Parente contou um causo, publicado em seu primeiro livro, que aconteceu em Mocajuba, quando lá era promotora de justiça. Não havia juiz, o delegado era um senhorzinho que chamava as vítimas de “o vítimo”, e as broncas da cidade naqueles idos de 1984 quem resolvia era ela.
Pois bem. Um dia ela foi chamada para apartar uma guerra entre duas famílias vizinhas. No local do embate, encontrou dois grupos armados de facão, machado, foice, etecetera e tal. O pomo da discórdia: pupunheiras que cresceram e deram frutos bem no limite entre os terrenos.
Iolanda não contou conversa. Entendeu que a solução era cortar o motivo – literalmente – pela raiz. Pediu um machado e nomeou o carrasco que executou a sentença de morte. Penalizada, viu as pobres árvores irem ao chão. Os briguentos, incrédulos, assistiram a tudo mas não esboçaram reação. E assim, acabou sem começar a “guerra das pupunhas”.
Iolanda, que é do bem, ao longo da vida já plantou vários pés de pupunha para se redimir.
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