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A Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, com aprovação unânime dos 130 sindicatos presentes em 136 municípios, reunidos no 40º Encontro Ruralista encerrado ontem, divulgou moção contra o monopólio dos frigoríficos. O documento traz sete itens principais, entre eles o de que o grupo JBS (Friboi) detém o poder de compra do boi vivo para abate e industrialização. A Faepa pede que as autoridades federais e estaduais que investiguem o suposto abuso de poder econômico.
 

Os produtores rurais  relatam que h
á aproximadamente dois anos começou a se desenhar no País um quadro de extrema gravidade, com a concentração do poder de compra do boi vivo para abate e industrialização nas mãos de um único grupo econômico, configurando cartelização;
que o gritante achatamento do preço da arroba do boi no Pará – o menor preço do Brasil – está sendo sentido a partir do ingresso do grupo JBS na região, começando pela aquisição do grupo Bertin, em Marabá, à qual se seguiram as compras ou arrendamentos de plantas industriais nos municípios de Redenção, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu, Eldorado dos Carajás, Novo Repartimento, Altamira e Novo Progresso. A maioria dessas instalações estava em pleno funcionamento e foi sumariamente fechada.
 
De acordo com a Faepa, de quinze unidades frigoríficas para exportação e comercialização interna, registradas no Serviço de Inspeção Federal, onze pertencem ao grupo JBS, localizadas em Redenção, Marabá, Santana do Araguaia, Tucumã, São Félix do Xingu, Novo Progresso, Xinguara, Eldorado dos Carajás, Altamira, Água Azul do Norte e Santa Maria das Barreiras.
Essa situação tem vários reflexos negativos na economia, entre os quais a perda de, em média, 870 postos de trabalho direto e indireto por planta e os impostos que o Estado deixa de recolher em razão da paralisação dessas atividades, causando, em razão disso, o agravamento das questões sociais que advêm da não geração de emprego e renda.
 
Para que se tenha um pálido cenário da situação reinante no mercado do boi, os expoentes do agronegócio afirmam que basta citar que, no  Sul/Sudeste do Pará, cerca de 840 mil cabeças estão sem poder ser abatidas nas plantas existentes e fechadas. E que, historicamente, no Estado, a oferta do boi em pé sempre foi maior que a demanda (a taxa de desfrute significa a disponibilização de 4 milhões de cabeças para um abate de 2,8 milhões segundo a capacidade instalada), sendo que a diferença de 1,2 milhões era destinada na ordem de 700/800 mil cabeças para o Nordeste brasileiro e 400/500 mil reses para exportação.
 
Para acompanhar os desdobramentos que – espera – surjam a partir da denúncia, a Faepa instituiu um Grupo de Trabalho, integrado por
Guilherme Minssen,
Francisco Alberto de Castro,
Marcelo Catalão,
Lázaro de Deus Vieira Neto e
Antônio Henrique Gripp.
 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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