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“Franssinete

Você é farol. Há que iluminar, dar transparência.


Sobre o assunto remeto minha semente: Belém 400-além do dever.

Com admiração

Valdemiro

               

                      Belém 400 – além do dever 


Valdemiro A. M. Gomes


Hoje reinicio meu semear sobre Belém agora com a força de um grupo de colegas
de engenharia. Seremos mais a semear. Nosso objetivo será ajudar a deixar para
nossos filhos e netos uma cidade mais humana.

Hoje a minha semente vai diretamente para o solo árido da Câmara Municipal de
Belém. Como explicar ou aceitar que, no apagar das luzes, queira-se mudar o
gabarito de construção de algumas áreas de nossa cidade, inclusive da Cidade
Velha?

O futuro da cidade é uma decisão política. Os cidadãos são faróis. Faróis
iluminam o navegar, inclusive o caminhar do político. A quem interessa mudar o
gabarito? Quem está por trás de tal iniciativa? Qual a motivação de mudar um
gabarito? O povo foi ouvido? Belém ganha ou perde quando permite construção de
prédios em sua orla? Qual a justificativa técnica e de qualidade de vida se
construir prédios de quarenta andares? 

Belém precisa de um pacto. Pacto 400. Muito mais importante do que o “crescer”
de uns poucos, nossa cidade conclama por prosperidade, qualidade de vida. O
racional é a cidade crescer sem agravar seus problemas. A administração
municipal que termina seu mandato gerou um circulo vicioso, perigoso. O cidadão
está afastado do virtuoso. Tratar de forma desigual a iguais é injusto. A
obsessão no crescimento vertical irracional, centralizado, cujo vetor único é o
$$$, asfixia a vida de nossa urbe.

Sou engenheiro, turma 1971, construtor de vários edifícios em nossa querida
Belém. A vida é mudança, opção. Fácil é ficar no aconchego do ninho. Minha
resposta de ontem, quando saí da Faculdade, é diferente da de hoje. Hoje posso
afirmar que não existe resposta perfeita. Nossos erros são os espelhos de nossa
escada. A escada que nos eleva nos faz diferente. Diferente é ir além do dever. 

Neste momento, deixo meu ninho de tranquilidade para testemunhar o que é de
conhecimento público, mas que não se revela por medo. Franklin Roosevelt dizia:
“Não devemos ter medo de nada, a não ser do próprio medo”. Por mais de uma vez
fui contatado para apoiar a mudança de uma lei para beneficiar-me. Nunca
aceitei, nunca alimentei tal aproximação, mesmo tendo que assistir a lei ser
mudada para “benefício” do terreno de meu vizinho.

Você sabia que um construtor pode aumentar muitas vezes, até dobrar o gabarito
de um projeto, com a simples compra de um pequeno terreno, sem valor para construção,
só porque ele abre para outra rua? Não me arrependo. Sucesso, felicidade, são
resultados de nossas escolhas. 

Ajude a mudar o cenário. Mude sua consciência. Assine a petição pública contra
a mudança do gabarito de Belém. 







Minha resposta:

Com muita honra, endosso as palavras do engenheiro Valdemiro Gomes, respeitado belenense que se manifesta de maneira exemplar. Não podemos mais nos acomodar. Os erros do passado não justificam os do presente. Merecemos todos morar numa cidade com qualidade de vida, em que no mínimo a mobilidade urbana seja possível. Que esta semente cidadã brote e visceje forte, resoluta e inabalável. Obrigada e parabéns pela corajosa iniciativa!


Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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