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A polêmica promete muitas e variadas reações.

Um beijo na boca – o primeiro beijo gay em Casa legislativa brasileira – entre Paulo Lessa, presidente do Grupo
pela Livre Orientação Sexual, e seu parceiro, Erik Campelo, em plena tribuna da
Câmara Municipal de Belém, foi o ponto alto da audiência pública, ontem, de
iniciativa da vereadora Milene Lauande (PT) para debater a homofobia. Em reação
ao gesto inédito dos dois a plateia trocou beijos e abraços, em meio a efusivos
aplausos de todos os presentes na sessão.

Ao tradicional antagonismo
entre religiões e a comunidade gay, o contraponto de Dermi Azevedo, representante
do Conselho Nacional dos Direitos Humanos da Igreja Episcopal Anglicana do
Brasil, foi marcante: ele afirmou que estava ali para apoiar e não para criticar.
                                                                      
O desabafo da
transexual Bruna Lorrane, militante do Grupo Gretta, ao pregar o combate à cultura
da discriminação, ilustrou com o tratamento jocoso ou sarcástico de um delegado
de polícia a violência sofrida pelos que têm opções sexuais diferentes. “Quem me chama de ‘bichona’ ou de ‘veadinho’,
não está só manifestando sua opinião. Está tentando ferir, atingir a minha
dignidade como ser humano. Isto é crime
!”.
Samuel Sardinha,
coordenador de Proteção à Livre Orientação Sexual da Secretaria de Justiça, está
agendado com o delegado geral de Polícia Civil, Nilton Atayde, segunda-feira, para
verificar o andamento das investigações do assassinato da travesti Bianca
(Nazareno Caseiro Júnior da Silva), 35 anos, na madrugada de 16 de junho, na
travessa Barão do Triunfo, entre av. Almirante Barroso e João Paulo II, em Belém.
Quem diria que a tribuna da Câmara
Municipal de Belém, palco de tanta baixaria e propostas indecentes, iria servir
de cenário para uma manifestação assim? Aliás, só a vereadora Milene Lauande –
elogiada pela coragem de debater o tema às claras e de modo respeitoso – estava
presente à sessão. Ante a ausência dos demais vereadores, o protesto foi geral.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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