Na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começa nesta sexta-feira, 6, e encerra no próximo dia 15, a literatura paraense está em destaque. Entre os lançamentos esperados está o livro “Os desertos”, de Marcos Samuel Costa, poeta de Ponta de Pedras, município do arquipélago do Marajó, um dos três indicados ao prêmio Oceanos neste ano. Junto com ele também estão listados o ganhador do Prêmio Sesc de Literatura em 2023, Airton Souza, com o romance “Outubro de carne estranha”, e Rogério A. Tancredo, pela obra “Pontas soltas tardes de neblina”.
“Os prêmios são reflexo do que tem sido feito aqui e de que a literatura paraense está integrada ao resto do Brasil”, comenta Marcos Samuel, que relançará nos dias 8 e 9 de setembro o livro “Os desertos” em meio a conversa com leitores. O poeta aproveita a boa fase de estar entre trinta autores que concorrem ao Oceanos, uma das maiores premiações lusófonas, equiparada a prêmios como o Jabuti, no Brasil, e ao Camões, em Portugal.
Douglas de Oliveira, editor da editora Folheando, observa que há um interesse cada vez maior pela literatura do Pará. O mesmo movimento também é percebido quanto à produção: só neste ano, a editora paraense já lançou 82 títulos. “As premiações, o interesse da imprensa e outras mídias e também a intensa produção dos autores são sinais de uma literatura que está se expandindo e sendo absorvida pelo mercado editorial brasileiro. Esses movimentos juntos levam a essa evidência, a esse interesse do público”, pontua.
A Folheando edita o livro de Marcos Samuel e também levará o contista Anderson Araújo, com o livro “Manual Prático de Como Vestir um Pai Mortos”, a poeta Bia Chaves, com “Poesia no céu de Galilei”, e os romancistas Giu Yukari Murakami, com “Aprendiz de erveira”, e Toni Moraes, com “Morto não me serves de nada”.
O escritor Renato Gusmão é outro autor parauara presente na Bienal, onde lançará o seu novo livro intitulado Prefixo ZY Poesia (Pelas Páginas do Rádio). Por sua vez, Octávio Pessôa, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, também terá espaço na Bienal, com sessão de autógrafos e bate-papo com os leitores sobre sua festejada obra “Asas de um rio – A saga dos catalinas na Amazônia”.
Única editora paraense a participar da Bienal do Livro de 2024, a Folheando foi criada em 2017, em Belém do Pará, e já publicou mais de quinhentos títulos de autores de todo o Brasil, além de assumir a edição de dois dos romances do escritor paraense Dalcídio Jurandir (1909-1979): “Passagem dos inocentes” e “Belém do Grão Pará”, que será lançado em 2024. A editora visa a divulgação e promoção da literatura brasileira contemporânea, com publicações tradicionais, sem custos para os autores.
Os que estiverem em São Paulo (SP) podem encontrar livros de autores paraenses no estande H78, no Pavilhão de Exposição do Distrito Anhembi, na Av. Olavo Fontoura, 1209.
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