Publicado em: 4 de dezembro de 2010
“A dor da gente não sai no jornal”, escreveu Chico Buarque. Não saí mesmo! Mas a indigência e a violência estão por todas as páginas. No domingo, nem se fala! Tenho feito o exercício da abstração – pelo menos aqui no blog-, senão não suporto, não dou conta. E penso nas últimas cerejas do tacho do Mário de Andrade.
A cidade? Não reconheço mais! E é suja, muito suja: às vezes me sinto um rato. E os jornais vão da miséria humana aos sorrisos das socialites; os egos reluzem: a miséria nos afronta: me sinto uma carne de hamburguer.
Hoje é sábado, amanhã é domingo: pé de cachimbo; e tá cada vez mais difícil falar do éden e das flores, e dos amores, e das crianças, e da esperança; quiçá do passado! Belém, o último que sair que aguente o tranco. Meus planos são de fuga: e já vou tarde!”
(Marise Rocha Morbach, mestre em Comunicação e Semiótica, doutora em Ciência Política, docente da Unama e da UFPA, em seu blog /Norte).









Comentários