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A Secretaria Estadual de Turismo do Rio de Janeiro executa um estudo para propor a ligação entre os aeroportos via Baía de Guanabara com serviços de barcas. O projeto de interesse turístico da pasta considera usar as estações já existentes na Praça XV, no centro histórico, e em Cocotá, no bairro da Ilha do Governador, para criar a linha de barcas Santos Dumont-Galeão.

O aproveitamento do transporte hidroviário é a melhor alternativa econômica e social na região metropolitana de Belém do Pará, onde o trânsito mata mais do que em guerras e acaba com a qualidade de vida dos que moram ou trabalham na área. Viagens de lancha de Benevides, Marituba, Ananindeua, Mosqueiro, Cotijuba, Icoaraci e Outeiro desafogariam a conturbada e violenta BR-316 e a rodovia Augusto Montenegro, permitiriam que as pessoas não precisassem madrugar para poder chegar ao trabalho em Belém e vice-versa, evitariam acidentes e reduziriam ao mínimo a poluição. Poderiam aportar em vários pontos: UFPA, Ver-O-Peso, Porto do Sal, Praça Princesa Isabel e no terminal hidroviário Luiz Rebelo, que é subutilizado, além de vários portinhos que já existem há décadas mas que precisam oferecer dignidade aos usuários. Nada de idosos, crianças e pessoas com deficiência se equilibrando em pranchas balançantes.

O sucesso do ferry boat da Henvil que faz a travessia Icoaraci-Camará (Belém-Salvaterra, no arquipélago do Marajó) com conforto e segurança, atraindo turistas, deveria se desdobrar. Não há justificativa para um Estado com as dimensões do Pará, no meio da maior bacia hidrográfica do planeta, ficar à mercê de rodovias esburacadas, sem meio-fio, mal sinalizadas e sem equipamentos de socorro como ambulâncias, guinchos, refúgios e telefones, por onde trafegam coletivos velhos, sujos, desconfortáveis e que ficam retidos em engarrafamentos, panes, acidentes ou movimentos de protesto, além de causarem mortes e mutilações, prejuízos financeiros e poluição ambiental.

Desfazer a histórica distorção da matriz de transportes brasileira que privilegia o rodoviarismo em detrimento do aproveitamento do imenso potencial hidroviário, principalmente em plena bacia amazônica, é desafio que se impõe.

Utilizar o transporte aquaviário na Amazônia, em um município que tem 39 ilhas, salta aos olhos que é imperioso. Deveria ser obrigatório. Assim manda o bom senso. Isso data de décadas e é um problema nacional, criado para atender interesses da indústria automobilística e das empresas de transporte de cargas e passageiros, que se imbricou de tal forma com a politicagem a ponto de se tornar muito difícil de resolver. Foto: Fernando Sette.

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