0

O Estado do Amapá lançou edital do leilão da concessão plena de serviços de água e esgoto para áreas urbanas em 16 municípios atualmente prestados pela estatal Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa). É o primeiro da Região Norte do país, onde a água tratada só chega a 57% da população e apenas 22% têm coleta de esgoto, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. No Amapá, com 750 mil habitantes, a situação é ainda mais crítica: 34,9% têm acesso à água, e 7,1%, à coleta de esgoto. Ou seja: só 7 a cada 100 amapaenses dispõem de esgoto e um a cada três, de água tratada. O novo concessionário investirá R$ 3 bilhões durante 35 anos, sendo R$ 984 milhões nos cinco primeiros anos. O leilão está agendado para 2 de setembro deste ano, combinando menor tarifa e maior valor de outorga. A exemplo de Alagoas e do Rio de Janeiro, o projeto foi elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que prevê, ao fim do período de concessão, 285 mil unidades consumidoras com água encanada e 328 mil com a coleta de esgoto, o que é muito pouco, porque não contemplará nem metade da população, que em trinta e cinco anos poderá ter aumentado exponencialmente. 

O valor da tarifa social beneficiará até 25% das residências atendidas (famílias que consumirem até 10 metros cúbicos por mês, o equivalente a dez caixas d´água de mil litros), o que também é insignificante. 

O leilão deve ser realizado na B3, em São Paulo. A outorga mínima de R$ 50 milhões será dividida entre os municípios do Estado. Até o fim deste ano o BNDES pretende estruturar projetos para saneamento básico em pelo menos outros quatro Estados brasileiros. 

Em setembro do ano passado, a BRK Ambiental Participações S.A  venceu o leilão organizado pelo BNDES  para a  concessão regionalizada dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da Região Metropolitana de Maceió (AL), que inclui 13 cidades. Em abril de 2021, os consórcios Aegea e Iguá  foram os vencedores do maior leilão de saneamento do país, para três dos quatro blocos de concessão regionalizada dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de 29 municípios do Estado do Rio de Janeiro. 

Fundado em 1952 e atualmente vinculado ao Ministério da Economia, o BNDES oferece condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, além de linhas de investimentos sociais, direcionadas para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano. Em situações de crise, o Banco atua de forma anticíclica e auxilia na formulação das soluções para a retomada do crescimento da economia. 

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

A CPI da Covid e a midiatização da sociedade

Anterior

Os desafios das competições esportivas na pandemia de COVID 19

Próximo

Você pode gostar

Comentários