Publicado em: 5 de julho de 2010
As PPP – Parcerias Público-Privadas, poderiam ser a grande solução para o Brasil. Sem a paquidérmica burocracia, poderiam oferecer gestão ágil e eficiente. Mas são um risco enorme, pela corrupção que historicamente permeia os contratos públicos, que não raro reservam em seus preços a ponta para o caixa dois da campanha, quando não o percentual pessoal dos intermediários – ou as duas coisas.
No Brasil, a iniciativa privada está acostumada a não correr riscos desnecessários. Contribui nas campanhas políticas e depois usufrui nas obras e serviços públicos. E nunca, jamais, aposta o seu próprio dinheirinho. Quando privatizada a telefonia, foi com o dinheiro do BNDES e dos fundos de pensão. A Vale, idem. A Celpa é emblemática. Em todos esses anos não investiu na ampliação junto aos clientes de média e baixa renda e a boa samaritana Eletrobras/Eletronorte, agora, vem cumprir essa parte, porque à empresa só interessou o lucro. Não investiu e o povo, oh!….
Sabem por que nenhum governador do Pará conseguiu delegar à iniciativa privada a necessária duplicação do trajeto Belém/Salinas? Porque, lógico, só interessa o filé, que é a BR-316/010. As rodovias estaduais, de Santa Maria em diante (PA-324 e PA-124) não têm volume de tráfego significativo e são carne de pescoço. Ou puro osso, mesmo. E as empresas não querem saber de contra-peso.
Nos hospitais públicos, o sistema de OS é, tecnicamente, perfeito. Mas somos testemunhas da sua prática: o controle tem sido distribuído conforme acordos políticos. E a população fica desassistida, humilhada e tripudiada.
Com a água e outros serviços de Belém não é diferente. O perigo é real e imediato.
E ninguém, na Câmara Municipal, está tratando do tema com a seriedade que ele merece. Os argumentos postos têm sido de uma superficialidade atroz.
Está passando da hora de mergulhar no que está por trás de tal projeto. Ou ele é extinto ou o prefeito extingue os belemenses.
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