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Pela primeira vez na história a Academia Paraense de Jornalismo terá estande próprio na 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, concedido pelo Governo do Estado, através das Secretarias de Cultura e de Comunicação. Em um ano histórico, no qual é celebrado o bicentenário da imprensa no Pará, o escritor homenageado é o jornalista, radialista e dramaturgo Edyr Augusto Proença, membro da APJ, cuja carreira já é cinquentenária. Nascido em uma família de intelectuais, aclamado na Europa, Edyr nunca tinha recebido homenagem como escritor em sua terra natal, e ele gosta de enfatizar essa felicidade e emoção, porque suas obras são todas ambientadas em Belém do Pará. Por isso, vai aproveitar o momento para lançar um volume reunindo mais de trinta textos de teatro de sua autoria, além de um livro de contos. E espera que o justo reconhecimento ao seu trabalho sirva para maior distinção aos autores parauaras.

Edyr começou cedo a carreira, aos 16 anos, quando escreveu a peça de teatro “Foi Boto Sinhá”, encenada diversas vezes pelo Grupo Experiência. Depois criou o seu próprio grupo, o Cuíra, e também o teatro homônimo, ambos em plena atividade. Sua produção literária inclui dezessete livros em diversos gêneros – poesia, crônica e romance -, cinco deles traduzidos para o francês e lançados na França e na Inglaterra. Conquistou prêmios em festivais pelo texto e por trilhas sonoras. E, ainda, o prêmio Chameleon, em Lyon, como “Melhor Romance em Língua Estrangeira” e foi finalista dos prêmios da APCA e Oceanos, em 2015.

Após dois anos de pandemia, os escritores voltam ao convívio dos seus leitores, comenta Edyr Augusto, salientando que, ao lançar um livro com seus textos teatrais, homenageia a Grande Arte, sua primeira manifestação artística. “O teatro é minha grande influência. Meu avô fazia parte de um movimento local de escritores, precursor da Semana de Arte Moderna, em 1922. Meu irmão é cinquentenário da Feira do Som. São novos tempos e estou feliz em fazer parte do clima. Acho que o grande segredo é falar da minha aldeia, do meu povo. Este é o nosso diferencial. Temos uma cultura local riquíssima e trabalhar com ela e mostrar ao mundo o nosso tesouro nos levará ao sucesso”, ressalta o grande homenageado da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, ao lado da cantora e compositora Dona Onete.

“Neste ano de celebração de efemérides tais como o bicentenário da Independência do Brasil e da Imprensa no Pará; centenário da Semana de Arte Moderna, que teve como precursores os paraenses da Academia Do Peixe Frito e do Grupo dos Novos; e do cinquentenário da Feira do Som, de Edgar Augusto Proença, o reconhecimento oficial da importância de Edyr Augusto Proença na literatura traz novo estímulo ao talento criativo dos escritores do Pará. O teatro e a literatura, as grandes sacadas no rádio e o caldeirão cultural parauara que Edyr teve e tem ao seu redor apontam caminhos para a desejável estratégia de aproveitamento e valorização da cultura como promontório para o futuro. Estou muito feliz por participar deste momento tão especial, e orgulhosa dos meus confrades e minhas confreiras da APJ, conta a jornalista Franssinete Florenzano, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, agradecendo o espaço dos jornalistas na Feira do Livro e a parceria de tantas entidades congêneres.

No estande da Academia Paraense de Jornalismo o público terá a oportunidade de bater papo com os acadêmicos e escritores convidados, que são membros do Sindicato dos Jornalistas, da Associação Brasileira de Jornalistas em Turismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Academia Paraense de Letras Jurídicas e da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa da OAB-PA. A programação inclui lançamentos, tardes e noites de autógrafos, com atrações diversas, que incluem sorteios de duas fotos em tamanho ampliado, do premiado Celso Lobo; degustação de receita do chef Carlos Malicheschi; pintura corporal com grafismos indígenas e sorteio de livros de autores com obras expostas no estande da APJ.

Neste domingo, 28 de agosto, a partir das 15 horas, por exemplo, haverá récita de poemas com a participação das autoras do livro “Rios em Nós”, resultado das vivências e experiências das escritoras Clébia Maciel, Djane Pereira, Flávia Leite, Gilcélia Mendes, Jandiassy Ribeiro, Maria Helena Viana, Rosângela Diniz e da jornalista Tânia Monteiro com os diversos rios da Amazônia, do Brasil e do mundo. As autoras estarão disponíveis para conversa e autógrafos.

Ainda no domingo (28), às 18h, será a vez do lançamento de “Bruno de Menezes – Entre Poéticas e Batuques”, do jornalista Marcos Valério Reis, mestre e doutor em Comunicação, Linguagens e Cultura e pós-doutor em Comunicação, fruto da sua pesquisa sobre literatura produzida na Amazonia. Para analisar a trajetória de vida de Bruno de Menezes (1893-1963), o processo de criação de sua produção artística, os intercâmbios políticos e poéticos e “Batuque”, especialmente nos eixos saberes, religiosidades e identidades amazônicas, Marcos resgatou o cotidiano do poeta, a vida familiar, o lugar de sua esposa em sua formação, produção e atuação, as experiências populares no bairro do Jurunas, os círculos políticos e literários com os quais interagiu e as expressões da cultura africana em simbiose com a região amazônica.

Na segunda-feira, dia 29, das 18h às 21h, o jornalista Walbert Monteiro lançará seu mais recente livro, “Palavras além do Tempo”, e também autografará os anteriores, “Reflexões Reclusas”, “Rosário, um tesouro que se (re)descobre” e “Círio de Nazaré, meu olhar de fé”. Além de diretor da APJ, Walbert também é membro da Academia Paraense de Letras e do IHGP-PA.

Já no dia 30, no mesmo horário, será a vez do jornalista João Ramid autografar duas obras que organizou, “Amor & Ostras”, ao lado do chef Carlos Malicheschi, o Rei das Ostras, que fará degustação de receita; e “Antonio, uma história além-mar”, sobre a Padaria Moura, que existe há mais de cem anos e é uma história linda entre Portugal e o Brasil-Pará.

Na sexta-feira, dia 2 de setembro, o jornalista Celso Lobo expõe, vende e autografa o livro-álbum “Caraparu e seus encantos”, que reúne fotografias do rio Caraparu, da Vila turística homônima localizada no munícipio de Santa Isabel do Pará, na região metropolitana de Belém, conhecida pela tradição muito forte e herança cultural dos antigos escravos que povoaram a área, e pelo Círio Fluvial de N. Sra. da Conceição, paisagens bucólicas e estilo muito particular de vida local, além dos depoimentos de moradores mais antigos.

No sábado, dia 3, Océlio Morais terá noite de autógrafos a partir das 18h para a sua obra “A Balança do tempo”, ensaio que reúne crônicas que refletem sobre filosofia, teologia, justiça e literatura. Pós-doutor em Democracia e Direitos Humanos, Mestre e Doutor em Direito, Especialista em Direito Público e em Economia do Trabalho e Relações Sindicais; graduado em Jornalismo, juiz federal do Trabalho, titular da 11ª VT de Belém, Océlio é professor e pesquisador do Mestrado em Direitos Fundamentais e da graduação em Direito da Unama, além de colaborador de diversas escolas judiciais dos tribunais regionais do trabalho brasileiros.

E no encerramento da Feira o jornalista, escritor, juiz de Direito e membro do Corpo Consular Honorário Ernane Malato vai autografar suas obras “Direitos Humanos – Federalização da Competência e a Amazônia” e “Proexistir”. Especialista em Direito Constitucional, Mestre em Filosofia do Direito – Direitos Humanos, Doutor em Direito Penal e em Filosofia do Direito – Direitos Humanos, docente das disciplinas Introdução ao Estudo do Direito, História do Pensamento Jurídico, Direito Penal e Filosofia do Direito e Direitos Humanos, da Unama e Fabel, Ernane Malato é parauara do arquipélago do Marajó.

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