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Ontem publiquei que a Companhia de Saneamento do Pará está em situação crítica, com a captação no Lago Bolonha em colapso, e comprovei com foto da medição feita pelo próprio sistema da Cosanpa que calcula a reservação dos mananciais a partir de vários sensores espalhados pelos lagos Água Preta e Bolonha, que abastecem Belém. Uma informação técnica, verdadeira e segura, que está sendo alvo de baixaria praticada pelas redes sociais com o carimbo de fake news e uma nota raivosa da Cosanpa, que faz ataque feroz ao invés de esclarecer ao distinto contribuinte as razões do problema, que, diga-se de passagem, existe há décadas e vem se agravando, até pelo natural aumento da demanda. Não se trata de ataque ao governador Helder Barbalho, ao contrário. Ele pode enviar um técnico especialista do setor, de sua confiança, que certamente irá corroborar as informações, eis que são inegáveis.

A questão é que o lago Água Preta – situado em terreno mais elevado que o lago Bolonha – recebe água captada do rio Guamá e, conforme a medição da própria Cosanpa comprova, está só com 1,3% da sua capacidade e precisa de ao menos 70% para que sua água migre por gravidade para o Bolonha, através do canal Moça Bonita. Ademais, o nível de água está baixíssimo não por causa da estiagem, que na região metropolitana de Belém não existe: as marés são de seis em seis horas e não de seis em seis meses como no Oeste do Pará.

Acontece que, das oito bombas que captavam a água do rio Guamá, apenas três estão em funcionamento, por isso os níveis do Água Preta caíram drasticamente e a água não passa ao Bolonha. Para os lagos ganharem lâmina d’água são necessárias no mínimo cinco ou seis bombas. O normal é o Água Preta encher e transferir ao Bolonha. Como o sistema perdeu a capacidade de bombeamento, ocasionando o rebaixamento dos níveis dos lagos e não há bombas suficientes, a Cosanpa está desligando à noite para tentar manter o nível, aparentemente uma estratégia para não deixar que os lagos sequem e todo o sistema entre em colapso, enquanto busca a operação total das bombas, verdade não dita pela atual gestão da companhia.

Não é segredo que a região metropolitana de Belém vem sofrendo com racionamentos e informes constantes de manutenção emergencial. A maioria absoluta dos bairros de Belém e de todos os municípios sofre diariamente com a falta de água. Qualquer morador da RMB sabe disso porque sente na pele essa aflição. O Jornalismo com J maiúsculo precisa ser respeitado.

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