Publicado em: 13 de novembro de 2025
A demência afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, e cerca de 10 milhões de novos casos são registrados anualmente. O Alzheimer, forma mais comum da doença, é hoje a quinta principal causa de morte global.
No Reino Unido, pesquisadores da Universidade de Cambridge têm trabalhado para melhorar o diagnóstico e o tratamento precoce da demência, buscando reduzir seu avanço ao longo do tempo. Em julho de 2025, eles publicaram na revista Nature um estudo com resultados promissores, apresentando uma ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) capaz de tornar o tratamento mais eficaz.
Utilizando análise de dados, os pesquisadores dividiram os pacientes em dois grupos: um com progressão mais lenta da doença e outro com avanço mais rápido. Com o apoio do modelo de IA, a medicação utilizada conseguiu reduzir em 46% o declínio cognitivo no grupo de progressão lenta.
A ferramenta mostrou-se três vezes mais precisa do que os métodos clínicos tradicionais — como testes de memória, ressonâncias magnéticas e exames de sangue — normalmente usados para prever a evolução da doença.
A professora Zoe Kourtzi, do Departamento de Psicologia de Cambridge e líder do estudo, destacou que a IA ajuda a conectar os “pacientes certos aos medicamentos certos”. Segundo ela, isso torna os ensaios clínicos mais rápidos, mais baratos e impulsiona o avanço da medicina de precisão no tratamento da demência.
O uso da inteligência artificial em diagnósticos e tratamentos está transformando a medicina. O estudo da Universidade de Cambridge é um exemplo de como a combinação entre tecnologia e ciência pode oferecer esperança a milhões de pessoas que convivem com doenças neurodegenerativas — e um vislumbre de um futuro em que a prevenção e o tratamento sejam cada vez mais personalizados e eficazes.









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