Fruto de parceria com o I Comando Aéreo Regional, sediado no Pará, a nova sede da Assembleia Legislativa será construída em terreno permutado com a Aeronáutica, localizado na Av. Júlio César. O projeto arquitetônico é de Alcyr Meira e vai garantir condições de trabalho dignas aos parlamentares e servidores, além de espaço adequado para atendimento aos cidadãos que demandam o Poder Legislativo. Na semana passada, o presidente da Alepa, deputado Chicão, recebeu o Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros, que se despedia do I COMAR para assumir importante diretoria da FAB, e o Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira, que assumiu o Comando. O encontro institucional selou a continuidade da parceria. Quando o Brigadeiro Maurício Augusto chegou em Belém o contrato estava parado e ele retomou as tratativas, sua atuação foi decisiva. Por sua vez, o novo comandante já assegurou que participará ativamente das providências necessárias para dar prosseguimento ao projeto.
Na ocasião, estiveram presentes o Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará, César Mattar; o Procurador-Geral da Alepa, Carlos Kayath, a Secretária Legislativa, Rebecca Hesketh; o Chefe de Gabinete da Presidência da Alepa, Reginaldo Marques; o Subprocurador-Geral da Alepa, Marcos Eiró; e a Diretora Administrativa, Sônia Soares, além de Marcelo Gomes, da Comissão Permanente de Licitação; Sandro Matos, do Departamento de Obras; Lectícia Marchetto, da Assessoria Legislativa; e Justiniano Aires, assessor da procuradoria, setores diretamente envolvidos no projeto de construção da nova sede da Alepa.
O Poder Legislativo do Pará, assim como nos demais estados, foi implantado durante o período regencial como Assembleia Provincial, através de uma adição à Constituição Imperial (ato adicional de 1834). Antes disso, as províncias tinham apenas um conselho geral, não podiam legislar, o que era feito apenas pela Assembleia Geral, à qual eram encaminhadas suas resoluções, e lá tornavam-se projetos de lei. Essa Assembleia também elaborava o regimento dos conselhos e os presidentes de províncias, nomeados pelo poder central, prestavam juramento e tomavam posse do cargo perante a Câmara Municipal.
Originalmente, com a antiga denominação, a Alepa funcionava no Convento das Mercês, depois na Igreja do Carmo, de onde foi transferida para o Convento de Santo Antônio e, em seguida, para o Liceu Paraense, atual Colégio Paes de Carvalho. Em 1930 a junta governativa dissolveu o Congresso Legislativo do Estado, substituindo-o, assim como nas demais unidades federativas, por um conselho consultivo, instituído pelo decreto nº 20.348, de 29 de agosto de 1931, destinado a assessorar o interventor. Reinstalado em 1935, foi outra vez dissolvido em 1937, quando retornaram os conselhos estaduais. Com o fim do Estado Novo em 1947, houve a restauração do Legislativo em todos os estados.
A partir de 13 de março de 1885 foi estabelecida a Assembleia Legislativa do Pará, com sede no Paço da Assembleia Provincial, atual Palácio Antonio Lemos. Em 30 de novembro de 1970 a Alepa finalmente obteve sua própria e atual sede, o Palácio da Cabanagem, palco de grandes momentos históricos. É também um lugar que preserva a memória com rico acervo documental e obras de arte valiosas que retratam os principais e significativos acontecimentos da história política, com destaque para a proclamação da Adesão do Pará e a Cabanagem. Foi ali em frente, no chamado Largo do Palácio, que em 7 de janeiro de 1935, por volta das 3h da madrugada, o então presidente da Província, Bernardo Lobo, acordado pelos tiros e a convulsão pública, saiu da casa da amante, Maria Amália, e correu para o antigo Palácio Lauro Sodré, sede do Governo, hoje Museu do Estado, onde foi abatido a tiros quando subia a escadaria. Eclodia a Cabanagem, a maior revolução popular do Brasil, cuja denominação restou eternizada na sede da Casa do Povo.
Poucos sabem de outro detalhe histórico: a Imprensa Oficial do Pará foi criada no dia 14 de abril de 1890 pelo governador Justo Chermont e em 11 de junho de 1891 circulou o primeiro número do Diário Oficial, já no governo do Capitão de Mar-e-Guerra Duarte Huet de Bacellar Pinto Guedes. O prédio que primeiro sediou a Ioepa foi edificado na Praça da Independência, atual Praça Dom Pedro II, em terreno que se dizia pertencer a uma das princesas imperiais, na Rua Thomázia Perdigão, atual Rua do Aveiro, 130. O futuro Palácio da Cabanagem, sede da Alepa, ficou pronto em 13 de fevereiro de 1891.
Comentários