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“…Na ação, os jovens se matriculam normalmente nas escolas e uma vez convivendo entre os demais alunos, convidam, aliciam outras adolescentes para encontros com empresários e políticos.

(…) Uma liderança da comunidade denuncia que muitas das ocorrências em escolas são incentivadas, viabilizadas e ou protagonizadas por professores, diretores e demais funcionários, o que indica um comprometimento do espaço escolar na problemática. Afirmamos ser grave o problema não só pela extensão em números de ocorrências, mas ainda pelos modus operandis que se dá à exploração e abuso à luz do dia, próximo a policiais militares e civis, no interior de salas de aula, em rua e locais públicos como portos e bares de grande circulação.

Outro fator é a certeza da impunidade, que desmoraliza completamente a população sadia, a desmoralização total da sociedade a partir da impunidade, que está clara após relatos que atestam na destruição de provas, o sinistro desaparecimento de vítimas e testemunhas, a execração pública de vítimas que denunciam os crimes e suas famílias.

Queria chamar a atenção da problemática grave que está se instalando em Portel, em concreto, com relação ao narcotráfico. Narcotráfico é um poder transversal que incide também na realidade do abuso e exploração sexual de menores em Portel, eu diria em todo o Marajó, mas em Portel está claro.

Em Portel se criou uma situação insustentável, uma sociedade acabada e tem pessoas do povo que pensam assim. O narcotráfico é bom porque compra remédios para os filhos das famílias que não têm dinheiro para comprar remédios e os filhos vão morrer. Todos somos conscientes que com esta mentalidade já temos a guerra no Marajó e uma guerra onde vai ser bem mais difícil do que Medelín ou Rio de Janeiro. Tem uma escola lá que tem uma força transversal, repito, que incide também na questão de que nos levaria para outra CPI, mas quero insistir nisso.

Notícias do Prefeito de Portel, já faz um ano, ele me dizia: Monsenhor, o Diretor da escola, Rafal Gonzaga, veio conversar comigo e deplorar a situação em que se encontra a escola. Tem três bocas de fumo em torno da escola, três bocas de fumo que acabaram com toda a disciplina, acabaram com professores e acabaram com alunos.

(Bispo do Marajó, dom José Luiz Azcona, em dramático relato da situação no Marajó, reproduzido no relatório final da CPI da Pedofilia da Alepa).

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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