0

Amanhã de manhã, o ex-deputado Luiz Afonso Sefer vai finalmente depor perante a Vara da Infância e da Juventude, onde responde por estupro de uma criança de 9 anos que vivia em sua casa. Há um ano o caso se arrasta e ele sequer foi ouvido em Juízo, embora os autos estejam recheados de provas da materialidade e autoria do hediondo crime, carreadas pelo Ministério Público.

Sefer renunciou para escapar da perda de direitos políticos, está filiado ao PP e fazendo política para voltar à Assembleia Legislativa através das eleições deste ano.

Para tanto, conta com a morosidade processual e a impunidade – a juíza Graça Alfaia é reconhecidamente correta, justa e dedicada ao trabalho, mas os advogados de Sefer entram com todas as petições legais possíveis para alongar ao máximo a instrução -, de modo a evitar a sua condenação antes que dispute novo mandato de deputado estadual.

Cabe à digna magistrada e ao TJE-PA exercer seu relevante papel na defesa dos direitos e da cidadania, e evitar que recursos protelatórios contemplem o agressor, em detrimento da aplicação da Justiça – que só faz sentido se for ágil, eficiente e eficaz.

De salientar que, em Belém, de 2004 a 2008, houve 1.990 notificações de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Dessas, apenas 13 sentenças condenatórias foram prolatadas e só seis criminosos foram presos. Em 2009, com a CPI da Pedofila e o clamor da sociedade, 60 sentenças foram exaradas. Os dados são do próprio Judiciário.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Narcotráfico e pedofilia no Marajó

Anterior

Autorização para hidrovia Tocantins-Araguaia

Próximo

Vocë pode gostar

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *