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“Nos últimos dias, têm sido
publicadas e republicadas, na imprensa escrita e eletrônica, insinuações e
acusações totalmente falsas a meu respeito. São notícias plantadas desde 2002 –
ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez – e repetidas
em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a
cada oportunidade. Basta lembrar que, em 2010, fui vítima de quebra ilegal de
sigilo fiscal, tendo seus autores sido indiciados pela Polícia Federal. E,
agora, uma organizada e fartamente financiada rede de difamação dedicou-se a
propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet. Para
atingir meu pai, buscam atacar a sua família com mentiras e torpezas.
1. Quais
são os fatos?
– Nunca
estive envolvida nem remotamente com qualquer tipo de movimentação ilegal de
recursos.
– Nunca
fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima
dos crimes de pessoas hoje indiciadas.
– Jamais
intermediei nenhum negócio entre empresa privada e setor público no Brasil ou
em qualquer parte do mundo.
– Não
fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de
administração.
Faço uma
breve reconstituição desses fatos, comprováveis por farta documentação.
2. No
período entre setembro de 1998 e março de 2001, trabalhei em um fundo chamado
IRR (International Real Returns) e atuava como sua representante no Brasil.
Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus
investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas.
3. Esse
fundo, de forma absolutamente regular e dentro de seu escopo de atuação, realizou
um investimento na empresa de tecnologia Decidir. Como consequência desse
investimento, o IRR passou a deter uma participação minoritária na empresa.
4. A
Decidir era uma empresa “ponto.com”, provedora de três serviços: (I)
checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de
assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em
Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e
tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no
México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no
mercado norte-americano.
5. Era
uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de
expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a
Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e
quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas
nos órgãos competentes.
6. Em
consequência do investimento feito pelo IRR na Decidir, passei a integrar o seu
conselho de administração (ou, na língua inglesa, “Board of
Directors”), representando o fundo para o qual trabalhava.
7. À
época do primeiro investimento feito pelo IRR na Decidir, o fundo de
investimento CVC (Citibank Venture Capital) -administrado, no âmbito da América
Latina, desde Nova Iorque – liderou a operação.
8. Como
o CVC tinha uma parceria com o Opportunity para realizar investimentos no
Brasil, convidou-o a co-investir na Decidir, cedendo uma parte menor de seu
aporte. Na mesma operação de capitalização da Decidir, investiram grandes e
experientes fundos internacionais, dentre os quais se destacaram o HSBC, GE
Capital e Cima Investments.
9. Nessa
época, da mesma forma como eu fui indicada para representar o IRR no conselho
de administração da Decidir, a sra. Verônica Dantas foi indicada para
participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. Éramos duas
conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre
si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa.
10. O
fato acima, no entanto, serviu de pretexto para a afirmação (feita pela
primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação
maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no
processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Em 1998,
quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde
estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não
tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização.
11.
Participar de um mesmo conselho de administração, representando terceiros, o
que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza sociedade. Não fundamos
empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer, pois o Opportunity destacava um de
seus funcionários para acompanhar as reuniões do conselho da Decidir, realizadas
sempre em Buenos Aires.
12.
Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em
processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada.
Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal. Certidão sobre
tal processo, da Terceira Vara Criminal de São Paulo, de 23/12/2011, atesta que
“Verônica Serra não prestou declarações em sede policial, não foi
indiciada nos referidos autos, tampouco houve oferecimento de denúncia em
relação à mesma.”
13. Minhas
ligações com a Decidir terminaram formalmente em julho de 2001, pouco após
deixar o IRR, fundo para o qual trabalhava. Isso ressalta a profunda má-fé das
alegações de um envolvimento meu com operações financeiras da Decidir
realizadas em 2006. Essas operações de 2006 – cinco anos após minha saída da
empresa – são mostradas num fac-símile publicado pelos detratores, como se eu
ainda estivesse na empresa. Não foi mostrado (pois não existe) nenhum documento
que comprove qualquer participação minha naquelas operações. Os que pretendem
atacar minha honra confiam em que seus eventuais leitores não examinem
fac-símiles que publicam, nem confiram datas e verifiquem que nomes são
citados.
14.
Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos
no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de
nenhuma licitação.
Encerro
destacando que posso comprovar cada uma das afirmações que faço aqui. Já os
caluniadores e difamadores não podem provar uma só de suas acusações e vão
responder por isso na justiça. Resta-me confiar na polícia e na Justiça do meu
país, para que os mercadores da reputação alheia não fiquem impunes.”
(Verônica Serra, filha do ex-governador José Serra, em nota acerca de
afirmações do livro “A Privataria Tucana”, que lança suspeitas sobre
as privatizações durante o governo FHC, de 1995 a 2002.
)
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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