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Em Parauapebas, cidade rica do sul do Pará com população em torno dos 200 mil habitantes, o clima é tenso. Pela terceira vez, o promotor de Justiça local, Hélio Rubens Pinho Pereira, apoiado pelo Núcleo de Combate à Improbidade Administrativa e Corrupção e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público estadual, deslanchou ontem nova fase da Operação Filisteus, que investiga denúncias de fraudes em contratos e licitações em empresas que prestam serviço para a Câmara Municipal. Desta vez, 11 mandados de busca e apreensão e 2 de prisão foram cumpridos. O capitão PM Dercílio Júlio foi preso, acusado de ser sócio oculto da empresa Torres & Moreno, que tem vários contratos com a Câmara. A  advogada Betânia Viveiros Amorim, acusada de ser a mandante do assassinato do seu sócio, advogado Dácio Cunha (caso que envolve também o capitão Dercílio Júlio), foi presa porque estaria articulando manobras visando afastar o juiz do caso. 

Desta vez a ação focou apenas nos contratos. Mas, no dia 26 de maio de 2015, a primeira Operação Filisteus teve como alvos nada menos que 15 vereadores de Parauapebas, acusados de corrupção. Desmontou esquema criminoso oriundo de fraudes em processos licitatórios e superfaturamento de terrenos desapropriados pela prefeitura, além de emissão de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos entre membros da Câmara e o comércio na região. Na época foram presos o vereador Odilon Rocha de Sansão (PMDB) e o empresário Edmar Cavalcante, conhecido como “Boi de Ouro” acusado de emitir e vender notas fiscais frias.  

Já na segunda fase da Operação Filisteus, ainda no ano passado, o vereador e ex-presidente da Câmara, Josineto Feitosa (SDD), foi preso por suspeita de fraudar licitações na prefeitura do município. Seu cunhado e assessor, Herbert Herland Matias de Gomes, teve a prisão decretada.

Na disputa pela prefeitura de Parauapebas, estão na frente os ex-prefeitos Darci Lermen(PMDB) e o atual, Valmir Mariano(SDD). A sede do poder Executivo local tem o sugestivo nome de Palácio do Morro dos Ventos.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Aricuru, em Maracanã(PA)

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