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Ontem, por volta das 18h30, o ônibus Ver-O-Peso/Icoaraci foi tomado de assalto por dois homens armados, na rodovia Arthur Bernardes, na Pratinha. Enquanto um pôs um facão no pescoço do motorista, outro recolheu os pertences de todos os passageiros. Ambos desceram no Tapanã e fugiram sem serem incomodados. Os passageiros perguntaram ao motorista se ele não deveria parar o ônibus para fazer BO, mas ele contou que a empresa manda que continuem trabalhando normalmente, e só no fim do expediente façam o registro da ocorrência. É mais um exemplo da aterrorizante estatística da violência de cada dia que aflige a população, principalmente aqueles que já são os menos favorecidos. Além de perderem tudo o que compraram com muito sacrifício, os trabalhadores ainda são obrigados a trafegar em um coletivo cujo condutor não tem a menor condição psicológica de transportar quem quer que seja, colocando as vidas de todos – os passageiros e os que trafegam na via em que estiver, inclusive pedestres e ciclistas – em risco.

É de se perguntar se o sindicato da categoria já denunciou isso, pedir providências urgentes ao Ministério Público do Trabalho e ao Ministério Público do Estado para coibir essa situação desumana imposta pelas empresas, cobrar da Secretaria de Segurança eficiência e eficácia e do Judiciário a garantia da ordem pública. Ninguém aguenta mais. O crime organizado se sabe que transcende os limites estaduais. Porém, a ação de bandidos que assaltam diuturnamente as pessoas nos pontos de ônibus e nas ruas se deve à ausência de uma ação efetiva da Segup na prevenção e combate ao crime e à impunidade de facínoras reincidentes que são postos em liberdade.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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