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No ano passado recebi ameaças de morte em
comentários anônimos no meu blog, em posts em que denunciei a conduta
indecorosa do quase ex-vereador Gervásio Morgado. Diziam que eu estava
procurando bala na cabeça ou uma morte igual as dos irmãos Novelino. 

Pedi
publicamente providências ao governador Simão Jatene e ao Ministério Público do
Estado. Protocolei pedido oficial de providências na Delegacia de Combate ao
Crime Organizado. Até hoje nada foi feito. Ao contrário, tive que apagar do meu
blog todas as referências a Gervásio Morgado (inclusive os posts com as ameaças
– mas que tenho guardados), por decisão judicial em processo – vejam só! – por danos morais(!), como se fosse possível
alguém causar danos a reputação tão péssima há décadas. E nesta segunda-feira
aguardo a sentença judicial de mérito, do Juizado Especial do Idoso.
Representei ao MPE em 13.01.2012 pedindo abertura de ação penal contra Gervásio Morgado, por denunciação
caluniosa, e o promotor Walcy Cezar da Silva Ribeiro, que respondia na época pela
1ª Promotoria
Criminal
da Capital, despachou ao delegado geral de Polícia Civil, Nilton Atayde,
requisitando a abertura de inquérito. Nada foi feito, de novo.
Quando a titular, promotora de justiça Regina Fátima Sadalla Silva Abbade, retornou, relatei os fatos e ela contactou
pelo telefone a delegacia geral. Disseram-lhe que ninguém sabia de nada. Ela
deu os números de protocolo, as datas, e até as cópias do ofício enviado. Não
adiantou. Reiterou oficialmente a requisição do inquérito. Acionou a Promotoria
de Direitos Humanos, para que cobrasse o cumprimento. Passados 8 meses, nada foi
feito. O delegado geral de Polícia Civil simplesmente ignora a determinação do
MPE.
Pois bem. Agora, recebi de novo ameaça de
morte, desta vez em conjunto com o promotor de justiça Nelson Medrado, em razão
do post sobre a prisão do ex-chefe de gabinete do prefeito Duciomar Costa e do ex-presidente
do Ipamb Oséas Silva Jr. Em mensagens com expressões ofensivas a mim e ao Dr.
Medrado, alguém diz que espera que eu
esteja viva para ver o triunfo de Oséas e o fim de Medrado.
O Brasil é um dos países mais perigosos do
mundo para jornalistas. E o Pará um dos Estados onde a violência campeia.
Quantas mortes anunciadas já se consumaram? Quantas faltam se consumar até que nesta
terra sem lei o governo tenha algum respeito por vidas humanas? Aqui, quem
denuncia é perseguido e morto. Juízes, promotores de justiça, advogados,
jornalistas e religiosos são alvos fáceis do crime.
Quando alguém pede providências por ameaça de
morte, não faltam os costumeiros comentários debochados, acusando quem denuncia
de querer aparecer. Depois que o cadáver se materializa, uns dizem que não
sabiam. Outros chegam à desfaçatez de alegar que a pessoa se expôs demais ao
perigo. E atribuir, claro, a culpa à própria vítima.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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