Publicado em: 24 de outubro de 2025
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito para apurar as circunstâncias do incêndio que destruiu um veículo pertencente ao povo indígena Parakanã, ocorrido na noite de quarta-feira, 22 de outubro, na região de Novo Repartimento, no sudeste do Pará. O pedido foi formalizado nesta quinta-feira, 23 de outubro, após o recebimento de uma denúncia que aponta indícios de ação criminosa.
Segundo o relato encaminhado ao MPF, o automóvel utilizado pela comunidade Parakanã havia apresentado problemas mecânicos e precisou ser deixado às margens de uma estrada enquanto aguardava o reboque. Durante o período em que permaneceu no local, o veículo foi incendiado. Ainda não há informações sobre os autores ou motivação do crime, mas o caso levantou preocupação entre os indígenas, que vêm relatando episódios recorrentes de hostilidade na região.
Além de requisitar a investigação criminal à Polícia Federal, o MPF expediu ofícios à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), à Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), solicitando providências imediatas de proteção à comunidade Parakanã. O órgão lembrou que o Dnit possui compromissos socioambientais firmados com o povo indígena em razão de impactos causados por obras executadas na região, o que torna essencial o acompanhamento da instituição no caso.
Em despacho, o MPF destacou que a situação dos Parakanã exige atenção especial das autoridades federais, uma vez que o grupo tem sido alvo de ataques racistas e ameaças. O documento que determinou o envio dos ofícios registrou que os indígenas Parakanã têm sido alvo de racismo, e integrantes da etnia já haviam recebido anteriormente áudios com conteúdos ameaçadores.
O incêndio pode estar inserido em um contexto de violência e intimidação contra os povos indígenas, demandando resposta rápida e articulada dos órgãos públicos. O direito à segurança e à integridade física das comunidades originárias é garantido pela Constituição Federal e deve ser assegurado pelo Estado brasileiro em todas as suas esferas.
Imagem em destaque meramente ilustrativa.









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