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O Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém, ganhou mais oito ararajubas (Guaruba guarouba), aves da família dos psitacídeos. A espécie mede cerca de 35 cm de comprimento e apresenta as cores da bandeira do Brasil, com o corpo todo em plumagem amarela e a ponta das asas verde. A iniciativa de conservação e proteção da espécie faz parte do projeto de Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Unidades de Conservação (UCs) da Região Metropolitana de Belém, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) em parceria com a Fundação Lymington. Ao todo, desde 2019, 46 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural. É a quinta soltura do projeto.

A ararajuba é uma espécie endêmica do bioma amazônico ameaçada de extinção e considerada “vulnerável”. na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, elaborada pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), do Ministério de Meio Ambiente e a Resolução Coema n° 54. Há mais de 60 anos a espécie não era registrada na RMB.

O diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, conta que 80% da população nativa das ararajubas está no Pará, que concentra a maior quantidade dessas aves amazônicas. Após a soltura, elas são monitoradas visualmente e por rádio transmissor receptor. Pelo menos uma ararajuba nasceu no Parque do Utinga e está solta. “Reintroduzir aves em uma Região Metropolitana envolve muita técnica, ciência, dedicação, organização, planejamento e paciência. Estamos tendo muito sucesso”, revela o pesquisador. A expectativa é de que a Fundação Lymington envie mais dez aves até o final do ano para dar continuidade ao projeto. Antes da soltura existe um período de aclimatação e adaptação dentro do Parque.

“As aves recebem treinamento para ganho de musculatura, com treinamento de voo, defesa de predadores, identificação de alimentos, recebem diariamente frutos, a exemplo do açaí e do muruci, além de sementes e flores nativas, servidos na forma mais natural possível, incluindo os ramos das plantas, e posicionados de forma a dificultar o acesso das aves. Assim, elas enfrentam previamente as dificuldades que terão na vida livre, mas que nunca tiveram no cativeiro”, explica o biólogo da Fundação Lymington, Marcelo Vilarta.

A primeira etapa do projeto, entre 2018 e 2019, com três ações, reintroduziu 28 aves na natureza. Já a segunda etapa iniciou em 25 de janeiro com a soltura de cinco casais da espécie e segue.

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