“Uma noite com Tó” celebra 132 anos do mestre do violão

Na próxima quarta-feira, 11 de junho, às 20h, o palco do Theatro da Paz receberá o concerto “Uma Noite com Tó”, em comemoração aos 132 anos de nascimento do grande Tó Teixeira, compositor e violonista paraense de inenarrável relevância na cultura musical da Amazônia, cuja data de nascimento é celebrada em 13 de junho. O espetáculo será um tributo à memória de um artista que, embora celebrado por pares e discípulos, recebeu em vida apenas uma homenagem pública, justamente no palco do TP, em 1980.

O concerto é uma realização da Central de Produção – Cinema e Vídeo na Amazônia e da Kamara Kó Fotografias, com apresentação e patrocínio do Banco da Amazônia e apoio do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult-PA). A direção musical é assinada por Salomão Habib, o maior pesquisador sobre o compositor e um dos principais responsáveis pela preservação e difusão da obra de Tó, que também rege a Orquestra Tó Teixeira de Choro, composta por 12 músicos.

A abertura do concerto será feita com uma apresentação solo de Habib, seguida pela performance da orquestra, que interpretará uma seleção de choros, valsas, carimbós, ladainhas e outras composições de Tó. Ao longo do espetáculo, intervenções poéticas do artista MC Pelé do Manifesto e projeções visuais dirigidas por Nando Lima vão costurar cenas, sons e palavras. Vídeos com imagens de arquivo, registros raros e montagens contemporâneas recriarão a atmosfera da Belém de Tó Teixeira.

Entre as peças executadas, o público poderá ouvir obras como “Mais Uma Lembrança” (valsa de 1930), “Triste? Nunca!” e o delicado choro “Vamos Tomar Café”, inspirado no cotidiano do compositor em sua oficina de encadernação. Canções como “Vovó, Lá Vem o Tio Tó”, “Tem Castanha no Ouriço” e “Não Chora, Meu Bem, Não Chora” refletem o universo familiar e afetivo que permeava suas composições. A ladainha “Jesus Nosso Pastor”, que abre espaço para uma cena de sincretismo religioso, contará com a participação do percussionista Kleber Benigno (Trio Manari) e do saxofonista Marcos “Puff” Cardoso, ambos integrantes da orquestra. Outro destaque é o carimbó “Cordão dos Pretinhos”, de 1905, e a peça “Bambiá que Dindinha Dançava”, identificada como precursora do carimbó tradicional.

A Orquestra Tó Teixeira de Choro é formada por Salomão Habib (violão solo), Hugo Almeida (segundo violão), Mauro Ricardo (terceiro violão), Bernardo Barros (quarto violão), Yasmin Correia (quinto violão), Diego Santos (violão de 7 cordas), Carlos “Bochecha” (cavaquinho), Paula Borges (bandolim), Paulo Borges (flauta transversal), Marcus “Puff” Cardoso (clarinete e saxofone), Kleber Benigno “Patury” (percussão 1), André Ganso (percussão 2) e Vitor Franco (contrabaixo).

A produção executiva do espetáculo é de Luciana Medeiros, com Makiko Akao na coordenação geral. A direção artística é assinada por Salomão Habib e Nando Lima, em co-criação com Pelé do Manifesto e Carlos Canhão Brito Jr., que também atua na assistência de produção. A comunicação é coordenada pela agência Holofote Virtual, com criação de Márcio Alvarenga, fotografia de Amarilis Marisa, audiovisual de Paulo Castro e conteúdo de Gabriela Moura. A equipe técnica conta com Sérgio Brito e Silvio Amorim no som; Rubens Vieira na luz; e Paulo Henrique Andrade na produção de palco.

O concerto dialoga com a exposição “Tó Teixeira: Mergulho na Vida e Obra”, em cartaz no Museu da Imagem e do Som do Pará até 30 de agosto. A mostra, premiada pelo edital Rouanet Norte, é patrocinada pelo Banco da Amazônia, Correios, Caixa e Banco do Brasil, com apoio institucional da Secult-PA. Com curadoria de Alexandre Sequeira, reúne registros fotográficos de Miguel Chikaoka, pesquisa musical de Salomão Habib, e obras de artistas convidados como Petchó Silveira, Armando Sobral, Dias Jr. e Bruno Rocha.

O projeto destaca o legado de Tó Teixeira, que foi não apenas compositor e violonista, mas também professor e mestre de gerações. A dedicação de Salomão Habib à transcrição e arranjo de seu repertório, assim como ao registro oral e documental da sua trajetória, assegura a continuidade de um patrimônio musical genuinamente amazônico.

A entrada para o espetáculo no Theatro da Paz é gratuita. Os ingressos devem ser retirados no dia do evento, na bilheteria do TP, a partir das 18h, ou pelo site oficial da plataforma Ticket Fácil, a partir das 9h.

Foto em destaque: Miguel Chikaoka