Uma história de superação de imortal da APJ

Assumir uma cadeira na Academia Paraense de Jornalismo, além de um sonho realizado, me traz uma responsabilidade enorme! Principalmente a de honrar os ocupantes anteriores.

Primeiro, Thomaz Nunes, que em 1931, escreve na “A chronica: eu penso assim”, da revista A Semana: “O ardor belicoso dos dias que correm, o feminismo vem bancando a saúva: solapa e abre caminho franco rumo das melhores conquistas” (NUNES, 1931, p.8).

Com essa forte metáfora demonstra a difusão do Feminismo.

Já o segundo ocupante, Aldemyr Feio, como jornalista incluía o seu próprio Blog “Jornal do Feio” no qual publicava textos e artigos sobre diversos temas, incluindo notícias, crônicas e análises sobre o cenário local e nacional. As postagens datam até o início de 2018, cobria pautas relevantes para o Pará e a Amazônia, incluindo temas de municípios próximos, e localidade como Icoaraci, é o autor do slogan “Vila Sorriso” que identifica o distrito de Belém.

Destaco essa passagem de sua história: um dia um garoto de cinco anos encontrou umas revistas velhas e um exemplar da Folha do Norte, à época, 1952, o maior veículo de informação do norte e parte do nordeste, esse guri disse para si mesmo: eu ainda vou escrever em jornal, vou ser jornalista. Depois do curso primário, exame de admissão para o Colégio Salesiano Nossa Senhora do Carmo, o menino começou a escrever à mão usando as antigas canetas Kira, contrabandeadas dos Estados Unidos. Eram notícias, artigos e opiniões que somente o aprendiz de jornalista certamente entenderia. Veio uma chance n´A Palavra, semanário católico; depois no Correio de Notícias. Uma grande chance: Flash – um semanário que circulou em Belém, Folha do Norte e O Liberal. Foi jornalista, publicitário e Relações Públicas.

E a propósito de quem vai ocupar pela terceira vez a cadeira 34: para quem não a conhece a fundo, Rosângela Aguiar é uma “garota” sonhadora, que veio da roça, de Mojuí dos Campos, aos 4 anos de idade para morar na capital, Belém do Pará.

Teve uma mãe destemida e determinada, Maria Amélia, que foi um grande exemplo!

Teve uma infância muito pobre e precisou trabalhar desde os seus 5 anos de idade na feira do Guamá, assim como muitas vezes precisou catar ferro velho e ossos para vender e poder suprir o alimento do dia a dia.

Também essa menina trabalhou em uma fábrica de pipoca, lacrando as embalagens à luz de velas, e nas poucas horas de lazer fabricava e vendia papagaios (as conhecidas pipas) e um tipo de cerol que só ela sabia fazer.

Ajudava a sua mãe, que era excelente cozinheira e costureira, primeiro a vender tacacá e um delicioso croquete de macaxeira, e na feira do Guamá vendia calcinhas rendadas sobre uma mesinha de madeira.

Aos 8 anos, já trabalhava como vendedora de catálogos da Avon, Daya e Natura! Esta foi a sua primeira profissão: vendedora!

Sempre estudou em escola pública e teve excelentes professores, foi normalista do IEP e em seu primeiro vestibular passou em Economia no antigo Cesep, em seguida fez Letras e Artes na UFPA, e, bingo! – passou novamente, sem nenhum cursinho preparatório.

Como eu disse lá no início: ela sempre foi uma garota sonhadora e esta menina ainda está dentro dela!

As dificuldades serviram de impulso para galgar seu espaço. Como numa escadaria, cada passo foi rumo às realizações sonhadas.

Eu posso dizer que aqui tem uma boa parte das pessoas que me ajudaram a construir esta história. E digo mais, este ainda não é o fim! Porque para quem acredita em Deus, os sonhos nunca morrem e a felicidade está em nunca se deixar vencer por nada, nem por ninguém! É preciso superar-se a cada dia! Acredito que enquanto houver vida, houver uma molécula de luz ali haverá realizações.

A minha força vem de um pai realizador. Um Deus grandioso não te dá coisas pequenas.

Quero agradecer a todos os meus mestres, dentre eles: a minha professora primária Carmen Lúcia e Regina; aos mestres da minha primeira, segunda graduação e pós-graduação Meirevaldo e Margarida Paiva, João Carlos Pereira, Bassu, Socorro Simões, Ocelio Moraes, Marcelo Mendes, Guarany Júnior, Alberto Sá, Castilho, e tantos outros.

Às empresas e incentivadores da minha vida profissional: Ronaldo Maiorana, na RM Mídia; Gil Reis, Nilton Guedes, Jornal A Folha da Tarde, Belém Diesel, da Telepará: Marco Aurélio, Oswaldo Nazareth e o Braga; na Assembleia Paraense, Ricardo Rezende; Romulo Maiorana, no Jornal O Liberal; na CDL, na pessoa de Joy Colares e Álvaro Cordoval e tantos outros; Eder Mauro, Wady Kayat, Antônio Doido, Elcione Barbalho, Airton Faleiro, Zé Geraldo, Rodolfo Grandi, Rassy, Oswaldo Mendes, Pedro Galvão (e diversas outras agências de publicidade que me possibilitaram trabalhar a comunicação como um todo); aos empresários João Rodrigues, Oscar e Oscarzinho Rodrigues, Sr. Dimas da Trael -Transformadores; Antônio Malan, da Princesa do Pará; Roberto Malan; empresas como a Riachuelo, Pizza Hut, DOL. Às construtoras Freire Melo, Leal Moreira, Vínculo, Status, Cyrella, Queiroz Galvão, Círio. Ao IPMA, Instituto de Previdência do Município de Ananindeua, nas pessoas de Luciane Guimarães, Muca Reis, Alexandre Leite.

Aos amigos queridos e autoridades: Dr. Jayme Rocha Júnior, Ricardo Albuquerque, Eleonam Monteiro, Herdjania Veras, minha eterna reitora da UFRA; Jaime Viana, vice-reitor, e todos os seus pró-reitores: João Almiro, Gisele Barata, Gilmara, Jamile, Antônia Bronze, Amanda, ao vencedor, Leanderson; Leonam Gondim da Cruz Júnior e Renata Souza.

E, claro, aos meus padrinhos na APJ, Franssinete Florenzano, Douglas Dinelly e apoiadores declarados: Océlio Moraes e Walbert Monteiro. E a todos os acadêmicos que votaram em mim.

Não poderia deixar de agradecer ao meu filho Raphael Aguiar, que é o meu grande incentivador e deu um novo sentido à minha vida e a todas as conquistas futuras! Ao meu noivo e eterno namorado, Benilton Cruz, por estar ao meu lado e fazer a diferença na minha vida!

A todas as pessoas que despertam o Amor e o lado bom do ser humano, a minha eterna gratidão!

Gratidão a Deus e ao Universo!

*Rosângela Aguiar – discurso de posse na APJ

Fotos: Daniel Quadros