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O Fórum de
Santarém é palco do julgamento mais polêmico do ano. O advogado Wilton Walter Moraes Dolzanis é
acusado de mandar assassinar o também advogado Walter Cardoso, em 10.09.1996, em plena campanha para vereador.
O depoimento do
jornalista e advogado Sérgio Fonseca, ontem, foi explosivo. Ele relatou que
havia uma lista negra para por fim à
vida de várias pessoas, entre as quais a vítima. E que recebeu a informação de
uma fonte de que a morte de Walter teria sido “presente de
aniversário” de Raimundo Messias, o Dinho,
que era estagiário do juiz Ademar
Evangelista, da 4ª Vara Penal de Santarém, à época, e já advogava e
influenciava até decisões judiciais. Disse ainda que o crime foi tramado pelo grupo
integrado pelos advogados Walter Dolzanis e Lavor Filho, o tributarista
Admilton Almeida, dono da AFA Contabilidade e do Jornal O Impacto e o
empresário Ronaldo Moreira, da área de combustíveis, figuras muito conhecidas
na cidade. E que todos se reuniam no escritório de Almeida. A motivação para
Dolzanis querer Walter morto seria o fato de ter perdido para ele seu principal
cliente: a família do ex-prefeito de Itaituba Wirland Freire.
A lista dos
marcados para morrer incluía a própria testemunha e o jornalista Celivaldo
Carneiro, editor da Gazeta de Santarém, além do secretário municipal Osmando
Figueiredo.
Os executores
foram Rui Hudson Duarte Ferreira, o “Gavião” (fugiu de penitenciária
federal e foi preso ontem em Santarém), e Ademailton Cordeiro de Moraes, o
“Pernambuco” (está morto).
“Dinho”
foi julgado e condenado como contratante dos pistoleiros, mas acabou assassinado
quando saiu em liberdade condicional. O
júri dos seus matadores está marcado para o fim deste mês, em Itaituba.
Foram arroladas
22 testemunhas, entre policiais, advogados e jornalistas, mas o MP desistiu de algumas,
outras não foram localizadas ou ainda dispensadas pelas partes. O juiz Gérson Marra Gomes preside o
Tribunal do Júri e o promotor de justiça Cláudio Lopes Bueno sustenta a acusação.
Pela defesa atuam
os advogados Luís Alberto Mota Figueira, Benone do Amaral, José Ronaldo Campos
e Kelly Lobo. Causou estranheza que o pai de um dos advogados, o ex-prefeito de
Santarém Ronaldo Campos, tenha funcionado
como testemunha a favor do réu. 



Esclarecimento: o ex-prefeito José Ronaldo Campos de Souza não é pai do
advogado José Ronaldo Dias Campos, e sim cunhado. Há apenas uma coincidência de
sobrenomes.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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