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Indignidade sem limites

Isso é uma indignidade.

É de uma baixeza moral sem tamanho fazer juízos sobre o caráter dos outros apenas porque atenderam ou deixaram de atender a um convite como o formulado pela Secretaria de Comunicação do governo do Estado.

E mais do que uma indignidade, é uma ingenuidade incomparável imaginar que um jornalista, um blogueiro – seja seu blog de que natureza for – vai se tornar mais ou menos independente porque foi ou deixou de ir a uma entrevista coletiva com a governadora.

A independência de um jornalista não se mede por um café da manhã. A independência de um blogueiro não se mede por duas tapioquinhas e dois copos de suco de laranja.

A independência de um blogueiro e de um jornalista não se mede por dois pães de queijo.

Não é necessário um café da manhã com um governador seja quem for para que blogueiros – jornalistas ou não – ofereçam demonstrações explícitas de maior ou menor adesismo a nacos de poder.

Isso parece ser tão claro e objetivamente compreensível como, da mesma forma, é claro e objetivamente compreensível que as torpezas disseminadas nos últimos dias contra os que não se fizeram ausentes atendem ao propósito, simplesmente, de quem pretende ser torpe.

E mais ainda: é inacreditável que os colegas que foram ao café da manhã estejam sendo confundidos com desocupados ou com pessoas que receberam o convite para comparecer ao Palácio dos Despachos como se tivessem sido aquinhoados com um prêmio milionário da mega-sena.

Será que não se respeitam as opções de cada um nesta terra?

Será que voltaremos aos tempos de patrulhamentos – odiosos, como todo patrulhamento?

Será que não se pode travar debates em que as ideias briguem, e não as pessoas?

Aos blogueiros, com respeito e consideração

É preciso, por tudo, dizer expressamente aos blogueiros que foram ao café da manhã o que pensamos deles.

Carlos Barreto, caro companheiro. Você, que foi ao café da manhã, continua a merecer todo o nosso respeito e a nossa consideração. E estamos certos de que
Flanar, que você e outros flanares fazem tão bem, continuará a ser uma referência na blogosfera.

Marcelo Marques,
Bacana dos mais bacanas. Você, que foi ao café da manhã com Ana Júlia, continua a merecer a nossa leitura e a nossa admiração pelo espaço que você tem conquistado com muito trabalho. Aliás – e sabes disso, Marcelo, porque já conversamos a respeito -, se você é notado é porque não é uma tapioquinha azeda. Ao contrário, com seu trabalho, você vale exatamente o espaço que conquistou. E não é um espaço qualquer, não.

Ércio Bemerguy (
Mocorongo). Você, que foi ao café da manhã, está sentindo na pele o que é ser atirado na sarjeta de acusações despropositadas, injustificadas, sem sentido.

A nossa solidariedade.Milton Pereira e Rui Santana (
Ananindeua em Debates), Jorge Paz Amorim (Na Ilharga) e Luiz Paulo (Observatório Eleitoral). Vocês foram ao café da manhã. Fiquem certos: acreditamos que, depois disso, os blogs de vocês ainda ficarão melhores.

Miguel Oliveira (
Estado), José Carlos Lima (Blog do Zé Carlos) e Wagner Okasaki (Belenâmbulo). Vocês foram ao café da manhã. Saibam: em nada, absolutamente nada isso haverá de diminuí-los.

Carlos Kayath. Você foi ao café da manhã. Olhe, Carlos, o seu
CJK é leitura obrigatória – pela serenidade, pela elegância, pela moderação, pela boa informação, por tudo, enfim… Menos, é claro, por suas preferências rubro-negras (rsss). Mas isso é um outro papo; quem sabe, até para um café da manhã. Tenha o nosso respeito e a nossa consideração.

Franssinete
amiga.Você ficou por último, mas não é a menos importante dessa lista (last but not least, como se diz).

Entre os convidados que foram ao encontro com a governadora, você, Franssi, era a única mulher.

E por mais incrível que possa parecer, você tem sido o alvo predileto das maiores vilezas, entre todas e tantas que têm sido disseminadas por aí.


Imagino que ninguém, entre os ofendidos por terem ido ou não a esse café da manhã, tenha sido tão ofendido na sua honra como você.

Estamos certo de que você é inteligente e madura para proceder como deve, a fim de reparar esses gravames.

Independentemente disso, todavia, saiba que você merece o nosso carinho, a nossa distinção, o nosso apreço e o nosso respeito pela dignidade com que você se comporta – na sua profissão, no seu ambiente de trabalho, entre os seus amigos e no seio de sua família.

É isso!

E até outro café da manhã.

Quem quiser, vai.

Quem não quiser, não vai.

Não é tão simples?”

(Jornalista Paulo Bemerguy, em seu blog Espaço Aberto).
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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