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A cada hora três crianças sofrem abusos no Brasil e cerca de 51% tem entre 1 a 5 anos de idade. Além disso, todos os anos 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no país e somente 7,5% dos casos chegam a ser denunciados às autoridades. A Prefeitura de Belém, via Semec – Secretaria Municipal de Educação, realiza durante esta semana círculo de conversa, palestras, caminhadas e aulas especiais para debater com os alunos e comunidade o problema da violência sexual contra menores. Para enfatizar a atuação contra qualquer violação de direitos entre os estudantes da rede, a secretária municipal de Educação, Araceli Lemos, criou o projeto “Ser Criança e Adolescente na Belém da Nossa Gente”.

Neste Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio, haverá caminhadas nos distritos envolvendo alunos, professores, servidores e comunidade do entorno das unidades escolares, para mostrar o trabalho que vem sendo desenvolvido contra esse tipo de violência, e chamar a atenção da população para o problema.

Na Escola Municipal e Ensino Fundamental Comandante Klautau, como em todas as outras escolas da rede, o tema vem sendo trabalhado em sala de aula com os alunos. No 5°ano do turno da tarde, o professor Carlos Santos utiliza a poesia e as histórias do cotidiano dos alunos para fazer o debate.”Uso a poesia para ensinar às crianças que elas são donas dos seus corpos e, que ninguém deve tocá-las. Faço também uma analogia, comparando o corpo ao sinal de trânsito, mostro que tem partes do corpo que não devem deixar tocar. É sinal vermelho mesmo”, disse o professor.

Além das aulas, houve palestras com o técnico e pedagogo do Tribunal de Justiça do Estado Adrielson Souza Almeida, com o objetivo de ajudar as crianças a conhecerem seus próprios corpos e sua privacidade, entender o que configura abuso sexual, como se proteger, como fazer a denúncia se estiver sofrendo abuso e o poder do “não”, utilizando vídeos autoexplicativos. “De forma lúdica, a gente tece todo o enredo pra criança aprender a dizer não e saber identificar abusos. Isso vai fazer que ela se proteja. Taí a ideia de e crianças também se protegem”, explicou Adrielson.

“Fizemos um planejamento com os professores da escola e, dentro de sala de aula, eles vêm trabalhando através de círculo de conversa e aulas com temas ligados à proteção das crianças, como denunciar a violência e colocar a escola na abertura desse diálogo com os estudantes”, explicou Karina, diretora da escola.

A aluna Siely Guimarães Ribeiro, 10, do 5° ano, tem participado de todas as aulas e palestras que abordam o tema de violência contra a criança que a escola vem realizando e mostra que já entendeu a mensagem. “As pessoas não devem tocar na gente, porque elas podem estar agindo de má fé, e agora eu vou prestar mais atenção e me afastar das pessoas ruins”, contou a menina.

A data 18 de maio foi definida como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em referência ao crime que vitimou, em 1973, a menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, de 8 anos, em Vitória (ES). Ela foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado, e os seus agressores nunca foram punidos. Com a repercussão do caso e forte mobilização do movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, a Lei nº 9.970/2.000, instituiu 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Neste sábado, 20, a EEMF Comandante Klautau realiza ação social voltada para os moradores do Barreiro. Entre os serviços ofertados haverá vacinação contra covid e gripe para crianças e adultos, atendimento jurídico e exibição de vídeos sobre prevenção à violência sexual contra crianças e adolescentes, e como denunciar esse tipo de crime.

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