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O Campeonato Brasileiro da Série B 2025 segue com muita competitividade, especialmente para Paysandu e Remo, que vivem momentos bem distintos dentro da tabela. Enquanto o clube azulino mostra força e consistência jogando em casa, o Papão afunda em uma crise que se aprofunda a cada rodada. A temporada ainda reserva muitos capítulos, mas os caminhos de cada equipe começam a se desenhar de maneira clara, com expectativas e preocupações diferentes.

O Remo venceu, no domingo (08), o Operário-PR por 2 a 1, de virada, e alcançou sua quinta vitória na competição. O resultado reforça o bom retrospecto da equipe atuando em Belém e mantém o time firme na briga por uma vaga no G-4, somando agora 20 pontos. A vitória também foi simbólica por mostrar resiliência e entrega mesmo diante das turbulências administrativas que marcaram os bastidores do clube nas últimas semanas.

Apesar da saída do executivo Sérgio Papelin, da chegada de Marcos Braz e da inesperada troca de comando técnico com a o pedido de demissão de Daniel Paulista – que preferiu para Sport-PE –, o desempenho do time em campo não foi comprometido. A equipe azulina demonstrou maturidade e foco, características fundamentais para quem almeja o acesso à Série A. O grupo, aparentemente blindado das interferências externas, segue coeso e competitivo.

Todavia, é preciso reconhecer que o equilíbrio na Série B é enorme – um nivelamento que se visualizada pelo baixo nível técnico. O Remo conquistou 5 dos últimos 12 pontos disputados, o que demonstra a dificuldade de manter uma regularidade em uma competição tão acirrada. A consistência nas próximas rodadas será determinante para sustentar a boa posição e, quem sabe, iniciar uma arrancada rumo ao topo da tabela. Ainda há muito caminho pela frente, mas o momento é animador para o torcedor azulino.

Do outro lado, o Paysandu vive uma fase bem preocupante. A derrota por 1 a 0 para o Cuiabá, fora de casa, na sexta (06), agravou ainda mais a crise do clube, que soma agora quatro empates, sete derrotas e apenas cinco gols marcados em 11 partidas. O desempenho ofensivo é um dos piores da competição, e a equipe segue afundada na zona de rebaixamento, sem conseguir esboçar uma reação concreta.

Na tentativa de mudar o cenário, a diretoria bicolor anunciou Claudinei Oliveira como novo treinador. Pode – e deve – ser um alento. O técnico chega com a missão espinhosa de reorganizar um elenco pressionado e fragilizado psicologicamente. Alguns atletas deixaram o Paysandu, como os atacantes Nícolas e Borasi, que vinham em má fase. Além da troca no comando, alguns reforços foram contratados e até já estrearam, numa tentativa de injetar nova energia ao grupo. Um deles, o atacante Petterson, teve a chance real de empatar o jogo contra o Cuiabá, no final da partida, mas a desperdiçou. A mudança precisa surtir efeito imediato, pois o risco de rebaixamento já deixou de ser um temor distante para se tornar ameaça real.

A missão do Paysandu é clara: iniciar urgentemente uma recuperação, sob pena de se distanciar demais da 16ª colocação, a última que garante permanência na Série B. Cada rodada sem pontuar pesa ainda mais e compromete a confiança de um elenco que ainda busca sua identidade na competição. A torcida Fiel Bicolor, por sua vez, segue cobrando respostas e aguardando por um mínimo de estabilidade para voltar a sonhar com dias melhores, com a retomada do DNA vencedor, algo histórico do clube.

Diante de realidades tão distintas, Remo e Paysandu seguem em busca de seus objetivos na Série B. Enquanto um segue mirando o acesso, o outro luta para escapar do fundo do poço. O que o futuro reserva para os dois maiores clubes do Pará? Saberemos em breve, com os novos capítulos escritos por Paysandu e Remo.

Rodolfo Marques
Rodolfo Marques é professor universitário, jornalista e cientista político. Desde 2015, atua também como comentarista esportivo. É grande apreciador de futebol, tênis, vôlei, basquete e F-1.

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