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Casos horripilantes estão acontecendo em Anajás. Na semana passada morreram três bebês no posto de saúde por falta de atendimento adequado.
O último caso é particularmente medonho e teve seu desfecho na quarta-feira, dia 07. Uma mulher chamada Leila procurou o único posto de saúde com fortes dores de parto. E depois de cinco dias de muito sofrimento seus familiares suplicaram ao único médico do município, Bira Barbosa, conhecido como “Doutor Birão”, que chamasse um avião para levar a grávida a uma maternidade onde houvesse recursos hospitalares para salvar a vida do bebê, mas o médico disse que não podia porque havia sido alertado pelo prefeito de que ele se recusaria a pagar frete de aeronaves por conta de que teria que economizar. Após discussão, o médico resolveu levar a parturiente para uma sala onde não havia a mínima estrutura para uma cirurgia, e lá mesmo fez uma cesariana e mandou uma enfermeira por o bebê morto no colo da mãe para que ela o amamentasse (!). 

Outro caso: uma mãe chegou desesperada no posto porque a sua filhinha de cinco anos havia engolido uma moeda. O médico não socorreu a criança e a mãe, em ato de desespero, se lançou no chão do corredor rogando a Deus que não levasse sua filha e então lhe veio a lembrança de meter o dedo na garganta da menina, que voltou a respirar. A mãe continuou pedindo a ajuda do médico Bira Barbosa, e ele disse que não podia fazer nada a não ser mandar a criança de barco até Breves, que fica a oito horas de viagem. A mãe implorou que ele chamasse o resgate do Corpo de Bombeiros de Belém, mas todos do posto se recusaram, dizendo que não era grave. 

Até quando vidas serão ceifadas, impunemente? Com a palavra o MP.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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