
O antigo quartel do 2º Batalhão da Polícia Militar, na rua Gaspar Viana, na esquina com a Av. Assis de Vasconcelos, no bairro do Reduto, em Belém, estava literalmente em ruínas, como se observa na foto feita pela Ascom da PM. O telhado caiu e as paredes internas, idem. Para salvar o prédio e celebrar o bicentenário de criação da PM do Pará, o governo do Estado vai investir R$ 4.875.405 no restauro e ampliação, mas a obra é praticamente de reconstrução. Vai desde a fundação, passando pela estrutura e alvenaria, além da instalação hidráulica e elétrica, com previsão de entrega para setembro de 2019.

O quartel foi erguido em meados do século XIX (a obra começou em 1849 e ficou pronta em 1852), pelo presidente da Província do Pará, Jerônimo Francisco Coelho, no terreno doado por Dona Francisca Rozo Cardoso, e de início abrigou o Corpo Provincial de Caçadores de Polícia (nome antigo da PM). Antes, a corporação ocupava as instalações do convento de Santo Antônio, que pertence à Ordem Terceira de São Francisco, alugada ao custo de 200 mil réis. Após ser ocupado pela tropa, as obras continuaram e o governo da Província comprou mais duas casas atrás,com o que aumentou a área.
A edificação tem alto valor para a memória do Pará e do País, por ter sido sede do 1º Corpo da Brigada Militar do Estado, que, em 1897, sob o comando do coronel José Sotero de Menezes, seguiu para o sertão nordestino, onde enfrentou e venceu a Revolta de Canudos; foi onde funcionou, também, a então “Força Pública do Estado”, que combateu com sucesso os levantes “tenentistas” em Belém, em 1922. Serviu de base para as tropas que lutaram na Guerra do Paraguai e as que integraram o Corpo Paraense de Voluntários da Pátria.
Nas décadas de 1940 e 1960 sediou o Batalhão de Infantaria da PM; de 1960 e 1980 foi denominado Batalhão de Guardas da Polícia Militar, que também abrigava a banda de música da PM, a Patrulha Mirim e, durante a ditadura militar implantada pelo golpe de 1964, funcionou como aparelho de repressão e recebeu presos políticos.
No início dos anos 1980 recebeu a denominação de 2º Batalhão da Polícia Militar, tendo como patrono o Alferes Tiradentes, até sua desativação em 2008. Foi nesse período que o 2º BPM se tornou referência, com o advento do policiamento ostensivo em cabines, os PM Box. Em 1984, o Departamento do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), incluiu o imóvel na lista de edificações tombadas como patrimônio histórico e arquitetônico do Pará.