0

A leitura do espetáculo “Lapsus”, dramaturgia de Mário Zumba e direção de Marton Maués, na terça-feira, 20, às 18 h, no foyer do Theatro da Paz, em Belém, marca a estreia do projeto Leitura Dramática, com o grupo Cia. 2 de Teatro. O acesso é gratuito, limitado à capacidade do local. O evento será realizado a cada dois meses e consiste em uma forma especial de apresentar uma peça teatral, na qual os atores priorizam a interpretação dos diálogos e a expressão emocional dos personagens. O dramaturgo, jornalista e escritor Edyr Augusto Proença, diretor do Theatro da Paz, esclarece que esse gênero teatral desperta no público o encantamento com as palavras transformadas em vida, em um ambiente intimista e acolhedor. “Em cada edição, exploraremos novas narrativas e mergulharemos no universo da interpretação teatral de forma singular, envolvendo a audiência”, adiantou Edyr, que é imortal da Academia Paraense de Jornalismo e cuja gestão está sendo muito festejada por abrir espaços no templo da cultura parauara.

Mário Zumba e Marton Maués também atuarão na leitura, que retrata a relação entre um idoso com doença de Alzheimer e seu filho, expulso de casa na juventude por sua orientação sexual e que retornou para cuidar do pai. O Projeto Lapsus nasceu da leitura informal que os atores faziam para amigos na casa de Marton, a fim de observar a reação dos ouvintes. As pessoas ficavam sempre emocionadas com a história, provocando naturalmente uma conversa a respeito dos assuntos tratados no texto. As percepções dos participantes apontaram caminhos valiosos para a montagem do espetáculo. Os artistas perceberam que aqueles encontros poderiam ser mais elaborados, feitos nas casas de quem os convidasse. No início de janeiro de 2023 foi lançada a proposta, e logo surgiram os convites. Desde então, o projeto vem sendo apresentado em residências, jornadas pedagógicas, centros culturais, pousadas, livrarias e quintais, em diversas cidades.

O drama, premiado no Edital Obras Literárias/2023 da Fundação Cultural do Pará, dura cerca de 35 minutos, e é recomendado para maiores de 16 anos. Os dois personagens revisitam a história da relação, relembrando momentos de afeto e mágoa na busca por redenção. Zumba conta que se trata de uma narrativa de dor, perdão e amor. “O texto representa um passado que clama por uma nova perspectiva, e temos a certeza de que o público se identificará e interagirá conosco. Estamos ansiosos”.

Nascido em Primavera, Mário Zumba transita pela literatura, teatro, artes plásticas, literatura de cordel e poesia. Ator, dramaturgo e escritor, teve suas peças encenadas em vários estados do Brasil. Vencedor do XV Concurso Nacional de Dramaturgia Infantil – Prêmio Pedro Veiga, do Ministério da Cultura, com a peça “Cuidado com o tamanduá-bandeira”, publicou os livros infantis “Kukrã e o camaleão”, “A história dos dois Moisés e a cobra-papagaio”, e um de poesia, “Olhos de Letra” (poemas e aldravias), além de vários trabalhos em literatura de cordel. Atualmente, integra o grupo Palhaços Trovadores e a Cia 2 de Teatro, atuando sob a direção de Marton Maués nas montagens de “Meu amigo inglês” e “Lapsus”, ambas de sua autoria.

Marton Maués, 63 anos, é ator, palhaço, diretor e professor de teatro. Natural de Macapá (AP), mora há 44 anos em Belém. Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Pará, tem especialização em Arte-educação (PUC/MG) e mestrado e doutorado em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia. É professor da Escola de Teatro e Dança da UFPA há 29 anos e atua em teatro há 41 anos. Introduziu em Belém a linguagem do palhaço para o ambiente teatral, ao ministrar a primeira Oficina de Clown na ETDUFPA e criar o grupo Palhaços Trovadores, que dirige há 26 anos.

Do cacau ao chocolate, o protagonismo amazônida

Anterior

Sem sinalização nem prudência

Próximo

Você pode gostar

Comentários