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Foto: Antonio Silva
Na sexta-feira passada, o secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves, mostrou pela enésima vez o projeto de restauração do Teatro São Cristóvão, desta feita ao novo ministro da Cultura, Roberto Freire, que visitava Belém. A proposta prevê a criação do Memorial dos Chauffers, o Memorial dos Pássaros e um espaço adequado para os ensaios da Amazônia Jazz Band. 

Conhecido como o “Teatro dos Pássaros”, localizado na Av. Magalhães Barata, entre as ruas 3 de Maio e 14 de Abril, em São Brás, onde antigamente, nas décadas de 1950 a 70, se apresentavam os cordões de pássaros juninos, grupos folclóricos que podem ser descritos como gênero de teatro tipicamente paraense, espécie de ópera popular, com texto e música e até orquestra, o prédio histórico está há muitos anos em ruínas e ameaçado pela especulação imobiliária. 

A edificação art déco erguida em 1913 e inaugurada pela União dos Chauffeurs em 1958 era referência do movimento estudantil e de artistas que lutavam contra a ditadura militar, palco também de shows de Roberto Carlos e Vinícius de Moraes. De lá saía a procissão anual em louvor a São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas. E foi lá encenada, por exemplo, a peça “Pássaro da Terra”, escrita pelo poeta João de Jesus Paes Loureiro e musicada pelo maestro Waldemar Henrique.
Em 2012, a então ministra da Cultura Marta Suplicy assinou um termo de compromisso mas nunca os recursos foram liberados, apesar das sucessivas promessas. Roberto Freire recebeu a planta do teatro e o histórico e assumiu o compromisso de retomar o processo da restauração, cujo custo está orçado em R$15 milhões, com cronograma de execução para um ano. Paulo Chaves é o autor do projeto arquitetônico. 

O deputado federal Arnaldo Jordy (PPS) e a secretária adjunta da Secult, Ana Cristina Chaves, participaram da reunião com o ministro, que prometeu analisar também a possibilidade de instalar o Museu do Homem Amazônico no complexo dos Mercedários, o que deve custar em torno de R$ 700 mil e se tiver os recursos garantidos poderá ficar pronto ainda este ano. Roberto Freire ficou, ainda, de reforçar a representação do ministério no Pará. Vamos acompanhar e cobrar.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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